Nuno Marcelino, hoje profissional de seguros, nos seus 20 anos fez daquela a sua casa. Foi um dos DJ de serviço quase até ao fim, só saiu “para casar”. A música que passava, como não podia deixar de ser, era o top dos 90, mas também brasileiradas e rock dos 80. “Era uma casa muito à frente”, diz, explicando que ainda hoje mantém ligação a alguns clientes da altura graças ao Facebook que hoje todos aproxima.
Os tempos são diferentes: “Naquela altura a população da cidade quase duplicou com a presença dos universitários”, no entanto, Nuno considera a ideia de reabrir o espaço “ótima” e acha que vai ser “espetacular para a cidade”. “Em Beja faz falta um espaço destes. É uma cidade com muitas bandas e não existem espaços para poderem atuar”, é este o diagnóstico que Daniel Mantinhas faz. Mas, para que o projeto saísse do papel, foi preciso percorrer algum caminho. Na sequência da insolvência da empresa proprietária do espaço, os administradores da massa falida tentaram, numa primeira fase, “vender o imóvel ao preço do mercado, mas sem sucesso”. O espaço foi vandalizado durante uma década e o negócio proposto não conseguiu atrair interessados.
Em julho do ano passado, Daniel Mantinhas apresentou uma proposta para a aquisição do espaço que foi aceite. O investimento para que o espaço fique funcional está estimado em cerca de 500 mil euros. O empresário mostra-se otimista com o negócio que projetou e cujo modelo de negócio se assemelha “ao do Coliseu”, até porque “as cidades não se fazem sem entretenimento”.
Da engenharia eletrotécnica à promoção de eventos
Daniel Mantinhas saiu do Alentejo para ir estudar engenharia eletrotécnica no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, mas trabalhar com condensadores e corrente elétrica não foi o que o destino lhe destinou. A meio do percurso mudou para gestão hoteleira. No final do curso, perante a hipótese de fazer uma pós-graduação nos Estados Unidos da América, optou por começar a trabalhar. E foi o que fez durante uma década, na área de comunicação e eventos, até regressar a Beja, “a melhor decisão” da sua vida. De início reabriu um café – “É o meu destino” –, mas hoje tem uma empresa que produz eventos “chave na mão”. A Amazing Options conta com seis empregados em permanência e é reponsável pela exploração do espaço de restauração do Nerbe/Aebal, em Beja.