A Câmara de Grândola, no distrito de Setúbal, aprovou o orçamento para 2020 no valor de 30,5 milhões de euros, representando uma subida de 1,9 milhões de euros em relação ao deste ano. O presidente do município, António Figueira Mendes, adiantou à agência Lusa que o orçamento para 2020, aprovado pela maioria comunista, com uma abstenção da oposição PS, dá continuidade “à estratégia que tem vindo a ser seguida”, com foco no “desenvolvimento da economia, criação de emprego, reforço dos serviços públicos e melhoria da qualidade de vida”.
“O aumento do orçamento está relacionado com a dinâmica que o concelho atravessa, permitindo mais receita proveniente do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de mais taxas cobradas no urbanismo, que serão canalizadas para várias áreas”, justificou.
O autarca alentejano explicou que o orçamento integra “um conjunto de obras estruturantes” para o concelho que necessitam “de grandes investimentos”, apesar dos apoios de fundos comunitários, dando como exemplo a requalificação da avenida Jorge Nunes, na vila de Grândola, num investimento de quatro milhões de euros. “Esta é, provavelmente, a maior obra feita na sede de concelho, que vai exigir um grande esforço financeiro para a concretizar. É uma obra estruturante para a qualidade de vida das pessoas que ali habitam, uma vez que boa parte da avenida nunca teve esgotos pluviais, rede de internet e infraestruturas necessárias ao bom funcionamento”.
A recuperação de equipamentos culturais, como a reconversão do edifício Frayões Metello num espaço museológico e dos antigos Paços do Concelho “num posto de turismo e outros serviços de apoio”, cujas obras estão orçadas em 1,4 milhões de euros, “são outras das prioridades” deste município do litoral alentejano.
O orçamento canaliza ainda uma verba para a requalificação do Complexo Desportivo e da Piscina Municipal de Grândola e prevê o arranque, no próximo ano, das infraestruturas da 3.ª fase da Zona Industrial Ligeira (ZIL) e a conclusão dos principais acessos, num montante superior a dois milhões de euros. “Estamos ainda a incluir no orçamento do próximo ano obras que estão neste momento em curso como a circular de acesso à ZIL, que vai ligar ao Itinerário Complementar (IC)1, e a 3.ª fase da zona industrial, com as suas infraestruturas que é também um investimento volumoso”.
A aposta na área da habitação e na criação de emprego mantém-se também como "uma prioridade”, adiantou o autarca, alegando que o concelho se debate com falta de mão de obra qualificada para fazer face aos investimentos previstos nos setores do turismo e da aeronáutica.
“Precisamos de captar trabalhadores para o nosso concelho, tal como formação profissional. Estabelecemos um protocolo com o Instituto Politécnico de Setúbal que vai ministrar cursos superiores técnicos de turismo e de aeronáutica para responder a duas áreas que são importantes neste momento”, disse.
Segundo António Figueira Mendes, as empresas que estão a efetuar "investimentos avultados" neste concelho do litoral alentejano também “querem colaborar na formação de trabalhadores”. A habitação “é outro dos problemas que se liga à criação de emprego e formação profissional, porque não há financiamentos para a construção de habitação social e optámos por construir, em conjunto com a cooperativa de habitação de Grândola, 50 fogos a custos controlados no Carvalhal”.
“No Carvalhal vai haver muito emprego, mas o regulamento deste projeto dirige-se apenas aos residentes naquela freguesia. Contudo, há empresas investidoras nesta zona da costa que neste momento já estão a adquirir terrenos para construir habitações para os seus trabalhadores”, referiu. Entre as intervenções previstas para 2020 contam-se ainda a requalificação da rede viária municipal e dos caminhos vicinais e a construção e substituição de infraestruturas de água e saneamento em diversos locais do concelho, como o reforço de abastecimento de água a Melides e o abastecimento ao Valinho da Estrada, freguesia de Melides.