Diário do Alentejo

Pedro do Carmo (PS) e João Dias (PCP) despediram-se do Parlamento

15 de março 2024 -
Ambos prometem manter-se ativos em defesa do distrito
Fotos | Ricardo Zambujo/D.R.Fotos | Ricardo Zambujo/D.R.

As eleições Legislativas do passado domingo ditaram o afastamento de dois deputados do distrito: Pedro do Carmo (PS) e João Dias (PCP). O “Diário do Alentejo” falou com ambos neste seu adeus à Assembleia da República.

 

Texto Aníbal FernandesFotos Ricardo Zambujo/D.R.

 

Para Pedro do Carmo – ex-presidente da Câmara de Ourique e, na anterior legislatura, presidente da Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas – o resultado foi uma “surpresa”.

“Esperava que o PS elegesse dois deputados. No entanto, o povo falou e é assim a democracia”. O ainda deputado do PS diz que, apesar de tudo, a votação no seu partido foi “transversal nos concelhos do distrito” e que apenas o “crescimento do Chega (CH)”, que “foi buscar votos à abstenção, aos votos jovem, mas também ao PS”, permitiu este desfecho.

“Vamos ter de perceber como é que a nova situação se contraria”, conclui Pedro do Carmo, que, em termos políticos, se recusa a deitar a toalha ao chão: “Vão continuar a contar comigo”.

Já João Dias, o único deputado que o PCP mantinha nos três distritos do Alentejo, está convencido de que o facto de esta eleição ter “assumido uma dimensão nacional”, desviando a atenção das questões regionais, contribui para que o “trabalho feito no último mandato” não fosse reconhecido nas urnas.

O ainda deputado comunista também aponta o dedo ao crescimento do CH, “que foi buscar votos à abstenção e ao PS”, como causador da sua não eleição, recusando-se a admitir “a transferência de votos da CDU” para o partido da extrema-direita, dando, como exemplo, o concelho de Beja, onde o partido liderado por André Ventura obteve mais dois mil votos e os comunistas apenas perderam 100.

No entanto, João Dias diz que é preciso continuar a contar com o PCP no distrito. “Uma força com 15 por cento não está acabada”, diz, considerando que o voto agora expresso, “mais do que de protesto, foi de revolta face às condições que agora existem”.

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