Diário do Alentejo

Líder do PSD/Beja diz que “é fundamental Rui Rio continuar”

08 de outubro 2019 - 15:00

O presidente da distrital de Beja do PSD defendeu hoje que "é fundamental Rui Rio continuar" a liderar os social-democratas para haver "estabilidade" e porque iniciar novo processo de liderança "não é" o que o partido "mais precisa". "Para que haja estabilidade, para que o PSD aprenda com os erros do passado, é fundamental Rui Rio continuar [como presidente do partido], até porque o próximo desafio que temos por diante são as autárquicas e Rui Rio é uma pessoa muito experiente nessa matéria", disse Gonçalo Valente, em declarações à agência Lusa.

 

Gonçalo Valente reconheceu que o resultado do partido nas legislativas de domingo "não foi bom", mas frisou que "iniciar novamente um processo de liderança", ou seja, de escolha de novo líder, "não é o que o PSD mais precisa". "O que o PSD mais precisa é reorganizar-se e procurar ver e alterar o que é que foi mal feito para conseguir estar forte, unido e estável para transmitir confiança às pessoas e ser efetivamente a melhor solução e as pessoas olhem para o partido dessa forma", disse.

 

Devido ao resultado do PSD nas legislativas de domingo, "claro que deve ser mudada alguma coisa, mudar aquilo que não foi bem feito e manter aquilo que foi bem feito, mas estar a mudar agora tudo é voltar outra vez à estaca zero, é começar tudo de novo, o tempo não espera, não faz muito sentido", salientou.

 

O resultado do PSD "não foi bom, não vale a pena escamotear as coisas, contudo tenho muitas reservas, muitas dúvidas de que qualquer outro líder e candidato do partido a primeiro-ministro conseguisse obter um resultado melhor" do que o obtido por Rui Rio, disse. "Acho, muito sinceramente, que mais nenhuma outra pessoa dentro do PSD conseguiria obter um resultado melhor", frisou, referindo que "os resultados a nível nacional e no distrito de Beja não foram aqueles que o partido queria".

 

Segundo Gonçalo Valente, "a solução de Governo liderada pelo PS tirou partido do trabalho realizado pelo anterior Governo de coligação PSD/CDS-PP para conseguir repor melhores condições às pessoas, nomeadamente repor salários e pensões". "Havendo vários fatores positivos alicerçados no Governo" liderado pelo PS, "era muito difícil que o resultado do PSD pudesse ser muito melhor do que o que foi alcançado" a nível nacional, explicou.

 

A nível distrital, "historicamente, o PSD só consegue eleger um deputado pelo círculo de Beja quando ganha a nível nacional", mas "como não ganhou no país, naturalmente" o candidatado a deputado do PSD por Beja "não foi eleito" nas eleições de domingo, explicou. No círculo eleitoral de Beja, o PSD obteve 13,29% dos votos, menos 6,82 pontos percentuais do que em 2015 e, apesar de se manter como terceira força política, perdeu o lugar de deputado por Beja que tinha "reconquistado" em 2011, quando concorreu sozinho, e mantido em 2015, em coligação com o CDS-PP.

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