Diário do Alentejo

“Aqui em Beja lutou-se tanto e ainda falta a resposta”

12 de setembro 2019 - 09:05

A coordenadora do Bloco de Esquerda quer que todas as capitais de distrito “tenham uma resposta à altura” em matéria de ligações ferroviárias. Num discurso em Beja, integrado na pré-campanha eleitoral do Bloco, Catarina Martins diz que essa proposta “é uma exigência de modernidade e de economia, mas é também uma exigência ambiental e de qualidade de vida”. “Aqui em Beja lutou-se tanto e ainda falta a resposta. Falta a resposta na rodovia, falta a resposta do comboio. É preciso investimento em todo o País pois é isso que torna a economia mais forte”, acrescentou.

Num discurso onde criticou a falta de investimento público nos serviços e nas infraestruturas, Catarina Martins “disparou” sobre as culturas superintensivas, uma das bandeiras eleitorais do Bloco de Esquerda: “Não vale dizermos que somos recordistas desta ou daquela exportação se isso for feito à conta da saúde de quem aqui vive e da destruição dos solos e da água. Defender o país é também exigir novas práticas com o melhor do que a ciência nos trás para proteger quem aqui vive. Esta tem de ser a luta das nossas vidas, agora”.

 

“Se acertarmos as contas poderemos garantir a saúde que Beja merece, o comboio, a estrada, toda a capacidade de um país que responda pela sua gente”, acrescentou. A coordenadora do BE questionou ainda "como é possível" o Banco de Portugal (BdP) "nunca ter visto nada" e a Caixa Geral de Depósitos ter entrado na concertação de informação sensível no crédito à habitação. "Perguntamos como é que é possível a supervisão [BdP] nunca ter visto nada e a Caixa Geral de Depósitos ter entrado num esquema destes de assalto do país.

 

A Autoridade da Concorrência anunciou na segunda-feira que condenou 14 bancos ao pagamento de coimas no valor global de 225 milhões de euros por prática concertada de informação sensível no crédito ao longo de mais de 10 anos, entre 2002 e 2013. "Neste esquema, cada banco facultava aos demais, informação sensível sobre as suas ofertas comerciais, indicando, por exemplo, os 'spreads' ' [margem de lucro do banco] a aplicar num futuro próximo no crédito à habitação ou os valores do crédito concedido no mês anterior, dados que, de outro modo, não seriam acessíveis aos concorrentes", informou o regulador da concorrência.

 

A Caixa Geral de Depósitos é o banco condenado à coima mais elevada, de 82 milhões de euros, seguindo-se o BCP, condenado a pagar 60 milhões de euros. "É de tal forma a impunidade da banca que, depois de uma crise financeira que nos fizeram pagar tantas e tantas vezes os desmandos, ficámos agora a saber que [14 bancos] andaram a fazer um conluio durante uma década para cobrar mais nos créditos ao consumo, à habitação e às empresas". Segundo Catarina Martins, “além do que receberam a mais dos contribuintes, do Orçamento do Estado, [os bancos] ainda andaram a assaltar os seus clientes com um conluio que incluiu toda a gente, até o banco público [Caixa Geral de Depósitos]".

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