Segundo Valter Duarte, especialista na matéria, a nova legislação estabelece como nível mínimo de serviço público de transporte de passageiros, entre outros aspetos, a criação de mecanismos que permitem que as localidades com mais de 40 habitantes fiquem ligadas à respetiva sede de concelho, no mínimo em três dias da semana, com partida da localidade de manhã e regresso à tarde. “De acordo com o estudo realizado na área da Cimbal, há um conjunto de localidades que atualmente não estão servidas e que podem passar a ficar servidas, seja através de transporte regular de passageiros, seja através de transporte a pedido, em que as populações pedem antecipadamente o transporte e ele é disponibilizado aos interessados no dia previsto”, esclarece.
Tendo em atenção a extensão do território e grande dispersão da população, o transporte a pedido pode ser uma solução para parte dos atuais problemas de mobilidade em condições financeiramente sustentáveis, considera o perito. Outras matérias que podem ser melhoradas face à atual situação são a imposição de um limite máximo à idade dos autocarros atualmente em circulação e a criação de condições de conforto adicionais, como por exemplo a instalação de ar condicionado em toda a frota.
Beja e Serpa com mais quilómetros
Como caraterizar a situação atual dos transportes públicos rodoviários na área da Cimbal? Foi contratada uma equipa de consultoria para preparar concurso e um dos seus responsáveis técnicos, Valter Duarte, explica que, tendo em consideração que os serviços de transportes públicos até hoje dependem sobretudo do interesse económico dos operadores privados, a oferta de transporte acompanha os núcleos urbanos mais densamente povoados. Um estudo da rede de transportes rodoviários encomendado pela Cimbal conclui que o município de Beja surge com 22 cento do total das circulações e percursos percorridos anualmente, sendo naturalmente o município com maior peso na oferta na área da Cimbal.
Serpa é o segundo município com mais quilómetros percorridos (11 por cento), seguido de Mértola (10 por cento), Moura, Almodôvar, Aljustrel e Castro Verde. Os municípios com menos quilómetros de transportes públicos percorridos são Barrancos e Alvito (cada um com menos de um por cento do total), e Cuba e Vidigueira, acima de um por cento. O estudo indica que a atual rede de transportes é composta por 62 carreiras com circulações que intercetam o território da Cimbal. A empresa Rodoviária do Alentejo tem 58 carreiras e 95 por cento da quilometragem da Cimbal e a Empresa de Viação Barranquense tem quatro carreiras e cinco por cento da quilometragem produzida na área.