Diário do Alentejo

Manuel Venes publica livro que é "um tributo à coragem"

17 de janeiro 2021 - 17:05

Manuel Venes, 67 anos, natural de Quintos, Beja, concluiu o curso do Magistério Primário, licenciatura em Direito, pós-graduação em Direito Administrativo, licenciatura em Ensino de Educação Física e mestrado em Direito, na área de Ciências Jurídico-Políticas. Exerceu a atividade profissional de professor do 1.º ciclo e professor de Educação Física do 2.º ciclo.

 

Inscreveu-se na Ordem dos Advogados e exerceu atividade, com escritório na comarca de Beja. Apresentou recentemente, na Biblioteca Municipal de Beja, o livro “Imperfeições no caminho”, romance editado pela Editora Chiado. É o seu primeiro livro.

 

Manuel Venes apresentou recentemente, na Biblioteca Municipal de Beja, o seu primeiro livro, intitulado “Imperfeições no Caminho”, romance editado pela Chiado Books e cuja temática se relaciona com “gentes, lutos e dramas de pessoas e famílias que viveram no Alentejo”.

 

Como nos apresenta este seu livro?

É uma obra de ficção, um romance, que privilegia temáticas diretamente relacionadas com gentes, lutos e dramas de pessoas e famílias que viveram no Alentejo. Pessoas que estiveram por inteiro na arena da vida, que lutaram, erraram, dececionaram, conheceram vitórias e derrotas, se entregaram por inteiro, obrigadas, em cada dia, a escolher a coragem e a vulnerabilidade em vez do conforto. Pessoas imperfeitas, vulneráveis, com medos, mas sobretudo corajosas e merecedoras de amor e aceitação. Grande parte do livro refere-se a aspetos da vida de pessoas, famílias, que viveram no mundo rural, num período que os mais novos desconhecem.

 

Celebra este livro a coragem em detrimento da apatia?

Este livro homenageia todas as pessoas que tiveram vidas difíceis, dor e sofrimento e que enfrentaram situações de desvantagem e desconforto, com coragem em vez de desalento. Sim, este livro é um tributo à coragem.

 

Ainda que sendo esta uma obra ficcional, remete a história deste romance para memórias suas?

A obra está centrada num tempo que decorre durante várias gerações e num espaço que se circunscreve, em geral, à aldeia onde nasci e vivi até aos vinte anos. Uma parte do conteúdo do livro foi construída a partir das memórias que guardo desse período. Os capítulos finais densificam e dramatizam a história e abordam o processo do luto. Não é um romance biográfico, nem sequer um livro de memórias, mas sim uma obra de ficção, com uma narrativa irreal, construída a partir da minha imaginação e parcialmente criada a partir de factos vividos e observados.

 

O que mais gostaria que este livro transmitisse aos seus leitores?

A dor e o sofrimento existem. Algo está errado na humanidade e em cada um de nós. O homem caminha, conduzindo a sua consciência para a desarmonia e para a morte. Tem de suportar tanto o bem como o mal. O mundo é um lugar cheio de imperfeições, e delas surgem males, doenças, desamores, guerras, ódios e a morte. Tudo isso encontramos no caminho que trilhamos. Temos que, incessantemente, procurar luz e combater as trevas na nossa alma. É esta a mensagem que o livro transmite. JOSÉ SERRANO

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