Diário do Alentejo

Município de Serpa patrocina aulas de formação em stand up paddle no rio Guadiana

07 de setembro 2025 - 08:00
O desporto na natureza
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

A promoção de hábitos de vida saudável através da atividade física, em simultâneo com a promoção dos recursos naturais do concelho, é uma dinâmica à qual o município de Serpa vem ancorando inúmeras atividades, entre elas, a organização de aulas de stand up paddle.

 

Texto Firmino Paixão

 

Pela segunda vez, neste verão, o município de Serpa organizou aulas de iniciação à prática de uma atividade em grande expansão no país, o stand up paddle, formação na qual tem como parceira, nas áreas técnicas e de logística, a empresa Alentejo Break, sediada na Estação Náutica de Moura-Alqueva. O “Diário do Alentejo” acompanhou uma dessas ações que habitualmente têm como palco as águas mansas do Guadiana, no aprazível lugar do Moinho da Amendoeira, na margem esquerda do “grande rio do sul”. Nuno Mosca, membro do Gabinete do Movimento Associativo e Desporto do município, e coordenador da ação, fez notar: “A promoção do território é um fator fundamental, no entanto, o município privilegia o facto de as pessoas criarem hábitos de vida saudável, utilizando e envolvendo os recursos existentes no concelho, e este é um exemplo dessa dinâmica”. E justificou: “Queremos que as pessoas do nosso concelho também utilizem o rio Guadiana, enquanto recurso natural para a prática de atividade física e o stand up paddle é uma atividade que pode, efetivamente, ser aqui desenvolvida e que vai ganhando interesse, porque as pessoas que aqui vêm pela primeira vez passam a palavra e a adesão a esta prática tem tido um aumento significativo, de edição para edição. Depois, também a possibilidade de, em simultâneo com a prática de atividade física, desfrutarem de paisagens com uma beleza única”.

À beira do Guadiana, Francisco Guerreiro, monitor da ação e responsável pela empresa promotora, revelou: “Esta é uma iniciativa que o município de Serpa tem vindo a desenvolver já há alguns anos. Nós temos sido parceiros na área do apoio técnico e logístico destas atividades. Na verdade, trata-se de uma promoção dos recursos naturais, proporcionando a observação de paisagens únicas, o que faz com que nós estejamos neste processo quase numa forma de missão, para ajudarmos a dar a conhecer o rio Guadiana e as formas mais seguras de o explorar, a partir do seu leito. É uma possibilidade de as pessoas usufruírem deste plano de água mantendo, obviamente, todos os critérios de segurança, para evitar que existam quaisquer acidentes”. O técnico fez notar: “O rio Guadiana tem recantos únicos que podemos observar, mas não só através desta modalidade. A exploração do rio, em si, proporciona a observação de recantos de uma beleza única e, muitas vezes, nós quando temos estes recursos próximo de nós, temos a tendência de não os valorizar da forma que eles merecem. O Guadiana será um desses exemplos, mas acredito que este rio tem um potencial tremendo do ponto de vista da beleza natural”. Uma prática acessível a todas as idades, como realçou Francisco Guerreiro: “O stand up paddle tem, realmente, essa característica. É uma modalidade que é relativamente simples de aprender, pode ser praticada por qualquer pessoa que tenha um mínimo de capacidade física, não será necessário ser nenhum atleta, apenas ter algumas noções de equilíbrio e coordenação, que facilmente se adquirem também nesta atividade, portanto, é uma das formas de podermos, com toda a tranquilidade, explorar o rio. Por outro lado, é uma atividade que vem crescendo em todo o mundo, não só em Portugal, nós até já estamos ligeiramente atrasados em relação àquilo que já está a acontecer no Brasil e nos Estados Unidos. Mas é um fenómeno que, realmente, está com um desenvolvimento tremendo”. Mas, atenção, tem uma noção também de simplicidade que pode trazer um risco acrescido. “O stand up paddel parece tão simples que a pessoa, às vezes, descura alguns critérios de segurança, e esse é também um bocado o nosso papel, aconselhar a que as pessoas desfrutem da atividade cumprindo com os critérios básicos de segurança, que até não são nada de extraordinário. São muito simples de colocar em prática, basta só conhecê-los e aí, sim, podem explorar o rio e divertirem-se com esta atividade da forma mais segura possível”. Notámos também que no briefing com os participantes o monitor insistiu muito no critério de segurança. Digamos que é uma atividade tão simples que se deve confiar, desconfiando dessa simplicidade. “É isso! Na nossa empresa temos técnicos com formação nesta área, e sempre que fazemos estas formações transportamos para aqui tudo aquilo que os grandes especialistas nos transmitem, ou seja, a noção de facilidade estimula uma noção de baixo risco, o que não é de todo real. Estamos num ambiente natural e temos várias condicionantes em que o risco possa aumentar, portanto, o nosso papel passa um bocadinho por alertar as pessoas para isso. Bastará termos alguns comportamentos muito simples para não corrermos riscos a desenvolver esta atividade e é esse o nosso papel, transmitir às pessoas o que devem fazer para praticar o stand up paddle de uma forma segura e não correrem riscos desnecessários”

O stand up paddle, modalidade não olímpica, é uma disciplina tutelada pela Federação Portuguesa de Surf, entidade que o caracteriza como “uma antiga forma de surf que ressurgiu, recentemente, como disciplina autónoma. Um desporto originário do Havai, praticado em águas planas com pranchas de maiores dimensões”. Em Portugal já é praticado em quatro dezenas de clubes.

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