Diário do Alentejo

Santos e Pisoeiro na rota do “recordista”

17 de maio 2025 - 08:00
Corrida Cidade de Beja – 10 km Fernando Mamede diversificou vencedoresFoto | Firmino Paixão

Os atletas Bruno Santos (GDR Reboleira) e Emília Pisoeiro (individual) foram os vencedores absolutos da Corrida Cidade de Beja – 10 km Fernando Mamede, competição organizada pelo município de Beja em parceria com o Regimento de Infantaria n.º 1 e com a Base Aérea n.º 11.

 

Texto e Foto | Firmino Paixão

 

A porta de armas do Regi-mento de Infantaria n.º 1, em Beja, foi, uma vez mais, o local de formatura e partida dos dois grandes pelotões que deram forma, e conteúdo, a esta edição de 2025 da Corrida Cidade de Beja – 10 km Fernando Mamede, o “recordista”, nascido nesta cidade, que voltou a não estar presente na competição de que é justo e honroso patrono.

Um primeiro pelotão com mais de 230 fundistas, procurando, nem todos, claro, suceder ao piloto aviador Daniel Martins (CD Areias de São João), vencedor das duas últimas edições, que, neste ano, esteve ausente da prova, e à própria Raquel Trabuco, a elvense que representa o Beja Atlético Clube, a vencedora da última edição.

O veredito final acabou por resultar na vitória do lisboeta Bruno Santos (Reboleira) que, em 2024, tinha sido segundo classificado com 31’43, o registo conseguido nesta edição por Carlos Papacinza, segundo da geral absoluta, subindo uma posição em relação à corrida anterior. No setor feminino, a polaca Emília Pisoeiro, que temos visto vencer inúmeras provas na região, foi a primeira a cortar a meta, impedindo Raquel Trabuco de bisar a vitória.

O segundo pelotão a ultrapassar a unidade militar citadina, também numeroso, foi desafiado para uma caminhada não competitiva, guiada, num percurso de 7500 metros, desenhado pelas artérias da cidade, à semelhança da prova de corrida. Na hora de dar voz aos protagonistas, sentimos que todos eles perseguiam os melhores lugares, embora sentissem que a concorrência era forte e, quanto à prova, as opiniões coincidiram sobre a dureza e a exigência do percurso, sobretudo, a prolongada subida (rua de Lisboa) ao oitavo quilómetro.

Bruno Santos, o vencedor masculino, foi perentório: “Foi uma corrida muitíssimo dura. O meu adversário, o Carlos Papacinza, estava muito forte. Para ser sincero, não estava à espera de conseguir batê-lo, porque ele imprimiu um ritmo muito forte, mas eu aproveitei para atacar no final da subida. Senti que ele estava a diminuir um pouco o ritmo e aproveitei para me distanciar”. O atleta comentou ainda: “No ano passado tinha conseguido o segundo lugar, sei que encontro aqui sempre adversários muito fortes, como foi, neste ano, o Papacinza, mas lutei muito e consegui o melhor lugar do pódio”.

Para Emília Pisoeiro esta foi apenas mais uma vitória que constará no seu riquíssimo e diversificado palmarés. A atleta, que recentemente foi mãe de uma menina, deixou a ideia: “Estou num bom momento de forma. Venho de uma maternidade recente, consegui recuperar o meu ritmo porque regressei mesmo com muita força e com muita vontade. Recuperei o meu andamento, estou a cumprir o máximo possível de provas para manter esta performance e, hoje, consegui aqui a minha segunda vitória nesta corrida”. Pisoeiro revelou: “A prova tem um percurso muito bom, muito agradável, apesar daquela subida bastante prolongada, mas senti-me bem e não me custou muito. Confesso que quando vi a meta nem estava à espera que a prova acabasse já, ainda corria mais”.

Carlos Papacinza, o melhor fundista regional da atualidade, perseguia o primeiro triunfo na prova bejense. O segundo lugar terá sabido a pouco, mas confessou: “Tendo em conta a quantidade de provas em que já participei, e a prova do nacional que corri há dois dias, já trago muito esforço acumulado e este segundo lugar acabou por ser um bom resultado, terminando com um registo dentro dos 31 minutos, que demonstra que me mantenho competitivo. No último ano, fui o terceiro, neste ano subi para segundo, veremos para o ano”.

Raquel Trabuco, vencedora do setor feminino na edição anterior, não deixou dúvidas: “Vinha com a ideia de repetir a vitória mas, claro, também sei sempre ao que venho e sei bem que a Emília está num patamar acima do meu, pelo que o pensamento foi o de lutar pelo melhor lugar e, no final, ver o que me saía”. A elvense reforçou o sentimento geral: “Acho que neste ano a prova foi mais dura, a parte final é muito exigente por causa dos paralelos. Com oito quilómetros a manter um determinado ritmo e, depois, levar com uma subida tão dura e prolongada, não é coisa pouca”. Raquel deixou a ideia: “Isto não é fácil, é o trabalho, são os treinos e também a responsabilidade de ser mãe”. Os próximos desafios da atleta do Beja Atlético Clube serão os Campeonatos do Alentejo de Pista (dia 31, em Vendas Novas), e, logo a seguir, umas merecidíssimas férias, preparando a época de provas em Espanha porque, morando em Elvas, tem Badajoz à vista.

 

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