Raquel Rocha (Clube de Natação e Triatlo de Lisboa) e João Vaz (Sporting Clube de Portugal) foram os vencedores absolutos do 2.º Triatlo Cidade de Serpa, uma prova organizada pela Federação de Triatlo de Portugal, com o apoio do município de Serpa. Uma competição que decorreu entre a barragem da Lage e a cidade serpense.
Texto Firmino Paixão
No setor feminino, Beatriz Santos, triatleta do Outsystems Olímpico de Oeiras, foi a segunda a cortar a meta, seguida de Letícia Magalhães, do Sporting Clube de Portugal. Em masculinos, o pódio ficou completo com João Ferreira, do Pedrógão Triatlo de Torres Novas, e David Abreu, do Sporting Clube de Portugal.
A prova, quarta etapa da Taça de Portugal de Triatlo, teve um primeiro segmento de natação na barragem da Lage (750 metros), continuou com um percurso de ciclismo até Serpa (20 quilómetros) e terminou com um circuito urbano, em atletismo, na extensão de cinco quilómetros.
Paulo Tenrinho, vice-presidente da Federação de Triatlo de Portugal, disse, ao “Diário do Alentejo”, que a realização desta segunda edição resultou do sucesso obtido na prova de 2024. “O triatlo do ano passado foi muito bem-sucedido, os triatletas gostaram imenso da prova e, neste ano, contando mais uma vez com o apoio do município de Serpa, voltámos a organizar uma segunda edição, que voltou a correr bem e que deixou novamente toda a gente satisfeita”.
Destacando o mérito da prova, o dirigente referiu: “A barragem da Lage é um espaço muito agradável para ali realizar o segmento de natação, a prova de ciclismo é, na realidade, o momento de maior perigosidade, porque está entre dois espaços de transição e há uma ligação de uma zona rural para uma área urbana, mas isso é algo que podemos tentar melhorar no decorrer das provas que, eventualmente, venham a suceder a esta segunda edição. Por outro lado, o segmento de corrida é bastante agradável, percorre, maioritariamente, o centro da cidade, com bastante público a assistir e incentivar os atletas, e isso é bastante motivador para eles”. Entretanto, Paulo Tenrinho fez notar: “A federação procura sempre descentralizar a organização de provas desta modalidade. Agora, obviamente que para o triatlo poder acontecer, terá de existir sempre o meio aquático, nem sempre é fácil encontrar, no interior, as condições essenciais, mas esta, entre outras, é uma zona beneficiada com isso, portanto, é por aí que nós procuramos ir na organização das provas. No litoral é sempre um pouco mais difícil que aconteça. Mas é com todo o gosto que a federação descentraliza estas provas para as regiões interiores do País”.
Simultaneamente, a federação está a promover a modalidade e a procurar aumentar o número de clubes e de atletas, admitiu o dirigente nacional da modalidade. “Naturalmente. Aliás, estas provas realizadas no interior podem ser fundamentais para que, através do exemplo, os clubes locais possam vir a criar secções de triatlo, até a partir de secções de natação que possam já existir, pois estamos a falar de uma base de água e esta situação de descentralização, de que já falámos, servirá, simultaneamente, para tentar motivar a vinda de mais pessoas para a modalidade, nomeadamente, um bom crescimento, tanto de clubes como de atletas, pela primeira vez jovens, porque será a partir dessa base que conseguiremos ter mais atletas olímpicos, para conseguirmos mais e melhores resultados, porque a nossa modalidade tem uma parte lúdica, mas também tem uma vertente fortemente competitiva, o que também é muito importante. A modalidade tem registado um bom crescimento, a federação atingiu os 1000 atletas licenciados, algo que nunca tinha conseguido, e esperamos que continue a crescer dentro deste percurso que temos conseguido ao longo dos anos. Já temos uma base sustentável”.
A simultaneidade das valências de competitividade e de lazer é outro dos méritos associados ao triatlo, considerou Paulo Tenrinho. “Tivemos aqui, e temos habitualmente nas nossas provas, atletas com diferentes objetivos. A própria federação tem essas duas vertentes. Uma parte desportiva com intuitos meramente lúdicos, embora mantenham o espírito de competição, mas será mais pelo gosto pela modalidade e pelo intuito de se divertiram, depois, outros que perseguem mais a sério os melhores resultados, para conseguirem títulos e qualificação para eventuais provas internacionais. Em breve iniciam-se os apuramentos para os Jogos Olímpicos, em que a federação tem como objetivo mínimo levar tantos atletas como levou em Paris/2024, conseguindo incluir dois atletas entre os seis melhores”.
Finalmente, o dirigente deixou uma abordagem ao panorama da modalidade em termos nacionais. “A realidade é muito boa, aliás, os resultados dos Jogos Olímpicos permitem-nos essa leitura. As provas deste ano, no seu global, também estão a decorrer muito bem. Hoje mesmo temos atletas portugueses nos Países Baixos, temos também atletas em Pontevedra [Espanha], que estão a obter bons resultados. Este foi um fim de semana com a presença de muitos atletas em competições, não só nacionais, como também fora do nosso país”, concluiu.