Quando estão em falta cinco jornadas para se concluir a primeira fase do Campeonato Distrital da 2.ª Divisão, da Associação de Futebol de Beja, a luta pelos lugares de qualificação para a fase final está bastante intensa.
Texto e Fotos| Firmino Paixão
O Grupo Desportivo de Santa Luzia e a Associação Cultural e Desportiva de Santa Clara- -a-Nova, clubes de concelhos vizinhos (Ourique e Almodôvar) que se defrontaram no último fim de semana, são dois emblemas ainda na corrida por um lugar na segunda fase. Melhor posicionado, o Santa Luzia ocupa o terceiro lugar, com menos um ponto do que o Boavista dos Pinheiros; o Santa Clara-a-Nova é o sexto classificado, a quatro pontos do segundo posto.
A partida disputada em Santa Luzia, em que a repartição dos pontos seria o desfecho mais justo, foi sentenciada, já nos descontos, através de uma grande penalidade a favor dos visitantes (1-2).
João Paulo Dias, treinador adjunto do Santa Luzia, admitiu: “O jogo estava já tão perto do final que o empate era o resultado que nós já estávamos à espera que acontecesse. Mas o Santa Clara tem um trio de ataque muito rápido, não se pode facilitar em termos de concentração, por pequenos momentos que seja, porque depois acontecem estas coisas. Uma bola pontapeada para a frente e a nossa defesa teve de recorrer a uma falta que originou um penalti, que, aliás, foi bem assinalado”.
Uma derrota que pode comprometer o acesso à segunda fase. Só o tempo o dirá, no entanto, o técnico admitiu a ambição. “Essa é a nossa meta, mas estamos a complicar a chegada lá, porque já sofremos três derrotas em casa”. Mas as dificuldades em atingir essa meta estão visíveis: “O plantel é curto, no banco não temos muitas soluções para podermos salvaguardar o que virá por aí a seguir. Não considero que a nossa qualificação esteja em risco, mas temos pela frente cinco finais para o podermos conseguir, nomeadamente, com um jogo em Boavista dos Pinheiros. Será tudo muito renhido até ao final. Ficaram agora cinco ou seis equipas muito em cima das outras, mas eu acredito na nossa qualificação”. O treinador assumiu: “Temos um plantel curto, depois o dia esteve cinzento e eles também estiveram um pouco à semelhança disso. Não tinham alegria, não tiveram a atitude habitual e isso não nos ajudou. Foi uma tarde em que nos faltou atitude para podermos criar oportunidades”. “O empate seria mais justo”, insistiu o líder da equipa capitaneada pelo “eterno” Tonico Sabino. João Paulo Dias justificou as dificuldades na formação do plantel com a existência de inúmeras equipas a disputar o campeonato do Inatel e comentou: “Perdemos alguns jogos aqui em casa, pontos que nos estão a faltar para concretizarmos o nosso objetivo. Mas é assim, quem não marca sofre. Podíamos ter mais pontos e estarmos bem mais próximos do Odemirense. Estamos a ser traídos por nós próprios. A sorte tem-nos sorrido uns dias e noutros dias nem por isso, mas estamos a trabalhar para sermos competentes no resto dos jogos”.
Nas hostes almodovarenses o clima era de satisfação pelos três pontos conquistados in extremis, mas o treinador, Fábio Eugénio, foi pragmático na análise final. “Foi um jogo muito disputado, com muita intensidade e muita entrega das duas equipas, com um trabalho excelente da equipa de arbitragem na abordagem dos lances. Um jogo em que ambas as equipas podiam ter vencido”. O técnico admitiu a sorte do jogo, dizendo: “Caiu para o nosso lado já em período de compensação e através de uma grande penalidade. No segundo período de jogo qualquer das equipas podia ter-se adiantado no marcador, não aconteceu e, no final, com aquele lance de penalti acabámos por vencer este jogo”. E revelou: “Este é um campo muito complicado para jogar, mas estiveram aqui duas equipas com grande qualidade e muita entrega. Com este resultado continuam ali quatro ou cinco equipas à beira de conseguirem o segundo lugar. Ficámos a três pontos do terceiro lugar e a quatro do segundo classificado”.
Sobre o percurso da equipa admitiu: “Esta primeira fase não nos tem corrido muito bem. Temos feito jogos muito bons, outros menos conseguidos, porque ainda não conseguimos atingir a consistência de que gostaríamos, derivado a vários fatores que não valerão a pena aqui enumerar. Este é o dia a dia destas equipas, mas temos de nos regozijar por estes atletas que jogam por amor à camisola, sem ganharem um euro. Isso é uma mais-valia e é isso que caracteriza o futebol atual no que diz respeito a estes clubes”.
Com um plantel misto de juventude e veterania, Fábio Eugénio comentou: “São jogadores que gostam de praticar este desporto ao fim de semana, mesmo que, às vezes, venham para aqui diretamente do trabalho”. Sobre o trajeto da equipa, Fábio Eugénio reconheceu: “O nosso percurso podia ter sido melhor, já falei nas condicionantes que o impediram, temos de olhar para aquilo que é a nossa realidade, muito esforço de alguns, menos esforço de outros que podiam entregar-se mais um bocadinho, mas isso é como tudo na vida. O importante é que continuemos e que todos terminemos este caminho fazendo o melhor possível no sentido de dignificarmos o nosso clube”.