Diário do Alentejo

Centro de Cultura Popular de Serpa concluiu as Jornadas Júnior 2024 com reconhecido sucesso

14 de setembro 2024 - 08:00
Fazendo a diferença...
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

Um completo e variado programa de atividades socioculturais, de lições de história, de atividades desportivas e de lazer, de partilhas e de aprendizagens com diferentes agentes económicos do concelho de Serpa.

 

Texto Firmino Paixão

 

“Jornadas Júnior” foi esta a nomenclatura escolhida pelos dirigentes do Centro de Cultura Popular de Serpa (CCP Serpa), para o que poderia ter-se chamado programa de ocupação de tempos livres. Ou, simplesmente, aprendizagens para a vida, a maior evidência nestes dois meses de atividades, que tiveram o seu epílogo no passado fim de semana, com um “Dia Aberto do Andebol”. Carlos Amarelinho, presidente do clube, fez saber: “O CCP Serpa, neste verão, sentindo necessidade de ocupar o tempo livre, principalmente, dos nossos jovens atletas, mas não só, também de outros jovens que se interessaram, mesmo não sendo nossos atletas, promoveu este modelo de férias desportivas, se quisermos, de ocupação dos tempos livres, sob a forma de Jornadas Desportivas Júnior”. A primeira ideia, como se deduz, seria ocupação de tempos livres. “Não temos instituições que acolham os jovens na época de férias, e os pais, muitas vezes, sentem essa necessidade. Nós decidimos, e em boa hora, organizar esta iniciativa, que, numa primeira fase foi pensada apenas para os nossos atletas, mas que posteriormente entendemos que seria um bocado redutor e acabámos por abrir as jornadas ao resto da comunidade”. Porém, havia um ponto, mas também um nó. “Queríamos cativar mais pessoas para a nossa modalidade, não só as crianças, enquanto futuros praticantes, mas também os pais, que mais adiante possam ser também membros ativos do Centro de Cultura, porque nós não somos eternos e precisamos de pessoas para nos ajudar, e esse foi um segundo objetivo”. Bem sucedido, como, de resto, se verá. “A grande verdade é que conseguimos trazer mais crianças, nomeadamente, jovens que já tinham passado pelo andebol e que agora decidiram regressar e, mesmo neste ‘Dia Aberto’, também crianças que não estiveram connosco ao longo dos dois meses de atividade das jornadas. Foi bastante bom, porque conseguimos bons resultados em várias frentes, principalmente na vertente mais específica que é a criação de raízes no andebol, tanto para as crianças, como para os pais”.

A ação repartiu-se entre o Pavilhão Carlos Pinhão, a piscina municipal e as instalações da União de Freguesias de Salvador e Santa Maria, mas não só. “Visitámos alguns locais que, de outra forma, os jovens não teriam oportunidade de visitar, declaradamente com a intenção de lhes mostrar o que acontece, o que existe e o que se faz em Serpa. Visitámos a rouparia de uma conhecida marca local de queijos, visitámos uma adega de produção de vinhos regionais, estivemos no ateliê de arte Margarida Araújo, no Museu do Cante, no Museu de Arqueologia, no palácio Condes de Ficalho, que faz parte da história de Serpa, também fomos a São Gens”.

No entanto, não ficaram por aqui as ações em que as crianças, num total de mais de duas dezenas, com idades entre os 10 e os 13 anos, participaram. “Fizeram uma atividade de fotografia, fizeram teatro e ouviram histórias contadas por pessoas mais idosas na Academia Sénior, partilhas importantes para a formação das crianças ao longo da vida. Fomos também ao Museu do Relógio, ficaram fascinados com tantos relógios, mas, dito por eles, o melhor dia foi aquele que passaram com os Bombeiros Voluntários de Serpa. Os nossos ‘soldados da paz’ tiveram para com eles uma paciência extrema”. E para Carlos Amarelinho, houve uma ação que lhe ficou na memória. “Uma mãe, mesmo sem ter aqui os filhos, partilhou connosco uma mensagem, que agradecemos bastante, a afirmar que estas jornadas foram do melhor que alguma vez se realizou nesta cidade e que será quase impossível superar”. Um motivo de orgulho e um gesto que deixa vontade para repetir o evento: “Enche-nos de orgulho, primeiro porque é promovido pelo CCP Serpa, que é um clube que se dedica essencialmente ao andebol, mas que tem na sua génese, e desde a sua formação, uma atenção à vida social, que eu penso que seja única no concelho. Estou a puxar a brasa à minha sardinha, é a minha opinião, mas entre aquilo que conheço…. Nós sempre estivemos preocupados com as questões sociais e nisso fazemos a diferença, quer nos atletas, como nos dirigentes. Ocupamos o nossos espaço, não somos nem mais, nem menos, do que ninguém, mas temos uma atitude perante o desporto em que não olhamos só para nós, temos um olhar mais alargado”.

Repetir as jornadas em 2025? Porque não? “Toda a gente saiu a ganhar, ganhou o clube, ganharam os pais e, essencialmente, os miúdos e as miúdas que, pela primeira vez, tomaram contacto com a realidade desta cidade”. Com apoios, claro, esses nunca podem ficar à margem. “Organizar estas ações sem o apoio do município seria o mesmo que tentar fazer um pão sem termos farinha. O município proporciona-nos sempre a chamada ‘parte de leão’. Depois, também a união de freguesias, um apoio excelente na cedência gratuita das instalações durante dois meses, mas também os Bombeiros Voluntários de Serpa, os empresários privados e os proprietários de espaços que nos proporcionaram as visitas. E os familiares corresponderam de uma forma absolutamente positiva. Bem hajam todos”.

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