Diário do Alentejo

A ambição gera sucesso

08 de setembro 2024 - 08:00
Vítor Franco chegou esta época ao Milfontes com um discurso pragmático mas ambiciosoFoto| Firmino Paixão

“Temos que ser sempre ambiciosos, seja no futebol, seja nas nossas vidas. A ambição é sempre o fator principal”, assegurou o novo treinador do Milfontes. “O grupo tem essa palavra como um guia, temos que ser ambiciosos, temos que desejar sempre mais e melhor. Se formos ambiciosos, estaremos logo mais perto das vitórias”.

 

Texto e Foto | Firmino Paixão

 

O treinador Vítor Franco, 40 anos, que deixou o União Sport Clube, de Santiago do Cacém, emblema que representou durante nove anos treinando em diferentes escalões, é o novo técnico do Clube Desportivo Praia de Milfontes. Apresentou-se, ele, mas também o plantel do clube, no último sábado, e não escondeu as ideias para a próxima temporada desportiva: “O objetivo é fazermos uma época tranquila. Uma época em que a equipa seja sempre capaz de entrar em campo com a capacidade de disputar os três pontos. Temos um bom grupo, estamos a trabalhar há quatro semanas e, com a qualidade de trabalho que os jogadores têm apresentado, estão a fazer crescer as nossas melhores expectativas”

 

Será a sua estreia no futebol do distrito de Beja. Veio de um campeonato com um maior número de clubes, porventura mais competitivo?Conheço o distrito de Beja, conheço alguns jogadores e informei-me minimamente sobre o campeonato desta região. A questão da competitividade é relativa. Se calhar, quanto menos equipas tivermos, maior será a competitividade. As equipas já vão, todas elas, trabalhando muito bem a este nível, portanto, acredito que existirá muita competitividade entre as 12 equipas em prova. O campeonato de Setúbal realmente é dos que tem mais equipas, mas isso, às vezes, não garante competitividade.

Que metas lhe foram propostas pela direção do Milfontes?A direção pediu-nos trabalho, empenho, dedicação e que sejamos uma equipa digna de representar o Milfontes, que é também um clube já histórico deste distrito e que tem feito umas boas épocas. O Milfontes já venceu a Taça Distrito de Beja (duas vezes) e a Supertaça, na última época, portanto, pediram-nos, acima de tudo, que entremos em campo defendendo sempre o emblema e que sejamos uma equipa competitiva que venda caras as eventuais derrotas.

 

O Milfontes cresceu consideravelmente nos últimos anos. E mantém esse processo contínuo de consolidação. Sabe disso?Conheço as pessoas do clube já há alguns anos. Sei que se trabalha muito bem em Milfontes e que o clube oferece as melhores condições para que isso aconteça. Mas essas coisas, às vezes, fazem-nos depender todos de pormenores que são a essência do futebol, da bola que não entra, da bola que vai ao poste, mas ao nível das condições e da própria estrutura, o Milfontes é, realmente, um bom clube para se trabalhar.

 

Trouxe consigo alguns reforços?Não! Não trouxe, nem pedi novos jogadores. A base do plantel mantém-se, saíram três jogadores, o Jeferson, guarda-redes, que foi para o Boavista dos Pinheiros, o Machado, que saiu para o Renascente, e o Diogo que rumou ao Estrela de Vendas Novas, uma oportunidade que lhe surgiu para disputar o Campeonato de Portugal. Ao nível de entradas, temos o João Soares e o Tomás Mira que vieram do Odemirense e o Matheus, que estava no Renascente. Ficaremos por aqui. Temos um plantel de 22 jogadores, com dois ou três meninos da formação, o que também é uma aposta nossa. Acima de tudo, daremos continuidade ao trabalho que foi feito, e bem feito, na última época, e com o plantel que possuímos.

 

Veio trabalhar para um território onde não é conhecido. Como se define como treinador?É uma questão um bocado complicada. Mas sempre lhe direi que sou um treinador que gosto de bom futebol. Acho que, a este nível, os jogadores, por serem amadores, terão que sentir prazer em jogar, por isso, privilegio que as minhas equipas o façam, que tentem jogar um bom futebol. Sou um treinador que gosta de apostar na formação e gosta de ensinar. Gosto que as minhas equipas sejam organizadas e que tenham os princípios de jogo bem definidos e, sobretudo, que ponham em prática aquilo que o treinador lhes transmite durante a semana.

 

O Milfontes estará em três frentes desportivas. A primeira delas será a Taça de Honra, que, neste ano, antecederá o início do campeonato…Os modelos competitivos serão aqueles que são definidos pela Associação de Futebol de Beja. Em tempo oportuno, houve alguém que, após ter pensado, decidiu o futebol do distrito dessa forma. Estamos cá para aceitar e competir da forma como ele existe. Penso que é uma boa ideia, este tipo de competição inicial, porque permite às equipas trabalharem os seus modelos de jogo e entrarem no campeonato já com algumas rotinas e algumas dinâmicas. Tentaremos ser logo competitivos, estamos cá para isso.

 

O clube ficou na quarta posição do campeonato na época passada. Será uma posição para melhorar?O percurso será pensado jogo a jogo. O próximo jogo será sempre o mais difícil. Realmente, o clube ficou na quarta posição na época passada. Este ano procuraremos garantir a manutenção tão cedo quanto possível, tentando lutar pelos lugares acima do meio da tabela, depois será somar pontos e, no final, fazermos as contas. Agora, o importante é aquilo que referi no início, termos uma equipa competitiva, sempre a procurar os três pontos.

 

Outra competição onde o clube tem forte tradição é a Taça Distrito de Beja, troféu que já venceu por duas vezes…Em todas as competições entraremos sempre para ganhar. Obviamente que essa é uma competição que diz muito ao Milfontes. Entraremos com a ideia de chegarmos o mais longe possível, mas que essa meta seja o triunfo na prova.

 

Confia na qualidade do plantel para atingir essas metas?O plantel é formado por homens que gostam de trabalhar, que gostam de aprender e que são extremamente competitivos. Obviamente que isso nos dá uma segurança grande para a época que aí vem. Mas podem acontecer lesões, castigos, coisas que nos impedem de dizer hoje que iremos ficar no segundo ou no primeiro lugar. Só o futuro o dirá. Mas posso garantir que esta malta gosta de trabalhar duro, e vai fazê-lo, para que fiquemos o mais perto possível do sucesso.

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