O 7.º Campeonato do Mundo de Clubes, em pesca desportiva, na disciplina de feeder, que se concluiu no último domingo na albufeira da barragem de Odivelas, terminou com o triunfo da equipa portuguesa do Folhadosa Fishing Team, os vice-campeões nacionais na modalidade.
Texto e Foto Firmino Paixão
Mário Cabeça, capitão da equipa de pesca desportiva do Folhadosa Fishing Team, de Seia (Guarda), reconheceu: “Trouxemos expectativas muito elevadas, porque este campeonato decorreu em nossa casa e, teoricamente, tínhamos obrigação de o vencer, sabendo, como sabemos, que não existem vencedores antecipados e a concorrência era forte, por isso, foi muito complicado”. Quanto à organização da prova, o líder da equipa beirã adiantou: “A organização fez um trabalho excelente, mas o peixe nem sempre colaborou, eram zonas virgens, que nunca foram pescadas e isso resultou em menos capturas, algumas ervas, porque o nível da barragem estava muito elevado e condicionou-nos um pouco, mas as condições foram assim para nós como para todos os outros clubes”.
O Folhadosa garantiu a presença neste mundial com um segundo lugar no campeonato nacional, ganho pelo outro clube português que esteve presente em Alvito, o Clube de Pesca de Competição Amorim e Dias, de Matosinhos, que não conseguiu melhor do que um vigésimo lugar entre as 28 equipas presentes. Mário Cabeça, o porta-voz dos novos campeões mundiais, lembrou: “Fomos vice-campeões nacionais, terminámos com os mesmos pontos do vencedor, mas a pesca é assim, por um se ganha e por um se perde. A melhor classificação das provas é que desempata e fomos vice-campeões, ganhando o direito a estarmos aqui a lutar pela melhor classificação possível, que afinal foi o título mundial”.
António Nunes, presidente do Clube de Amadores de Pesca do Baixo Alentejo (Capba), considerou: “[Este mundial] foi um momento memorável para a pesca desportiva regional, para todos nós pescadores e dirigentes, também para o clube e para a associação regional”. E justificou: “Era um sonho de todos nós colocar a barragem de Odivelas no mapa do mundo. No mapa nacional já o tínhamos conseguido, ao nível mundial concretizou-se agora, era um objetivo que tínhamos, era o nosso empenho e esperamos que, futuramente, se repita, porque correu tudo muito bem”.
O também vice-presidente da Associação Regional do Baixo Alentejo de Pesca Desportiva reconheceu: “Este campeonato teve muita tecnologia. Estiveram aqui algumas equipas muito bem apetrechadas, os nossos clubes já possuem algumas técnicas mas, na verdade, ainda estamos a aprender com as equipa mais avançadas, que têm outro poder financeiro e muitos anos de experiência nesta disciplina, mas, se Deus quiser, iremos lá. E fomos, porque os pescadores vindos da serra da Estrela conquistaram o título mundial”.
O presidente do Capba, de Alvito, recordou também: “A barragem de Odivelas tem muita água, mas são águas límpidas. Os pescadores, de uma forma geral, gostaram das condições, lamentando-se, apenas, a existência de algumas zonas mais ervadas. Paciência, não podemos pedir tudo, de facto não eram estas as condições que nós desejávamos, tivemos muito trabalho para criarmos as condições ideais para que o campeonato se realizasse porque sem trabalho e sem esforço nada se obtém, mas é muita a felicidade de termos aqui uma competição tão importante”. A cerimónia protocolar de apresentação deste mundial decorreu na praça de armas do castelo (pousada) de Alvito, com a presença de dirigentes da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva (FPPD), dirigentes da Associação Regional do Baixo Alentejo de Pesca Desportiva, também do Cube de Amadores de Pesca do Baixo Alentejo e de João Vizinha, em representação da Federação Internacional de Pesca Desportiva (FIPS) e presidente de júri da prova, local onde se concentraram, igualmente, os 140 concorrentes que integravam as 28 equipas, ouvindo os respectivos hinos de cada uma das 17 nações presentes: Alemanha, Bélgica, Croácia, Eslováquia, Espanha, França, Holanda, Hungria, Inglaterra, Irlanda, Itália, Lituânia, Polónia, Portugal, Chéquia, Roménia e Sérvia.
Um momento em que o vice-presidente da FPPD para a área de água doce, Bruno Valente, em nome pessoal e do presidente Carlos Batista (ausente da cerimónia), deixou nota do entusiasmo que envolveu a comunidade da pesca desportiva nacional pela realização desta importante prova na barragem de Odivelas, agradecendo ao presidente do município, José Manuel Efigénio, pelo “grande trabalho e enorme apoio” na organização do evento e, também, “a todos os que tornaram possível a tarefa, nada fácil, de organizar”, como tiveram “oportunidade de testemunhar até pelas condições meteorológicas que se fizeram sentir nos últimos tempos”.
O dirigente nacional agradeceu também à associação regional, ao Capba, pelo que disse ser o excelente trabalho realizado na concretização do evento, destacando “o esforço relevante, o empenho e dedicação que os seus dirigentes revelaram”. Por isso, acrescentou: “Merecem o reconhecimento de todos nós, por este que foi um sonho concretizado, e, citando Fernando Pessoa, direi que ‘quando Deus quer, o homem sonha e a obra nasce’”. Bruno Valente agradeceu também a confiança da FIPS, na pessoa de João Vizinha, lembrou o esforço e a dedicação daquele que foi o grande impulsionador da pesca regional, o dirigente Manuel Ranhola, e, dirigindo-se às delegações desportivas, sublinhou: “Meus amigos, numa época tão difícil para a Europa, como a que estamos a viver, é de louvar a vossa paixão e coragem em dizer presente, participando nesta competição. Sem vós nada disto seria possível. Bem hajam”.
Classificação final (pontos)
1.º Folhadosa Fishing Team (Portugal) 47 2.º Lurgan Van Den Eynde (Irlanda) 50 3.º Maros Walter Land Feder Team (Hungria) 524.º Czech Fishing Federation (Chéquia) 545.º Preston Innovation (Holanda) 576.º Nuestra Señora Del Prado (Espanha) 58,57.º Fishing Fanatics (Lituânia) 608.º Sensas den Dobber (Bélgica) 63 9.º Lanza (Itália) 6310.º PFC Rodez (França) 6420.º Clube Pesca Competição Amorim e Dias 8328.º Robinson Feeder Dolny Kubin (Eslováquia) 110