A jovem equipa de andebol do Sporting Clube de Cuba quer manter a modalidade viva naquele concelho, tentando contrariar as dificuldades no recrutamento e os resultados desfavoráveis nos jogos que já disputou.
Texto Firmino Paixão
Um misto de jogadores com idades compreendidas entre os 14 e os 16 anos, um leque muito curto de opções para o treinador João Costa, o homem do leme neste projeto de tentativa de consolidação de uma modalidade que, no passado, viveu melhores momentos no emblema cubense. Os dois jogos que a equipa já disputou neste campeonato nacional sub/16 não foram animadores, mas o técnico não desarma, ele e os miúdos sabem ao que vão, por isso, sublinha: “Estamos confiantes, pois virão por aí dias melhores”. Por outro lado, recordou: “O clube tem uma nova direção, nós somos uma secção que pertence ao Sporting Clube de Cuba e é assim que nos desejamos manter. Estamos em diálogo permanente, no entanto, enquanto secção, queremos ter a nossa independência, respeitando o clube, dignificando o nosso emblema, deixando em campo tudo aquilo que temos para dar, porque essa é a filosofia, dar tudo pelo Sporting de Cuba”. É isso! É com essa raça de leão que os miúdos vão à luta, enfrentando adversários com potencial e recursos superiores. A atual realidade do andebol cubense, assegurou o responsável pelo projeto. “É apenas esta equipa do escalão de sub/16, que conta com seis jogadores ainda em idades de sub/14 e outros seis já em sub/16. Tínhamos metade de cada escalão e optámos por construir esta equipa de sub/16, para que os miúdos mais novos não venham a perder o contacto com o andebol. Este é um ano de iniciação com os atletas que temos, na época passada também tivemos, apenas, uma equipa, mas de sub/14, onde estavam ainda miúdos sub/12”. O objetivo está à vista e bem definido: “Queremos manter viva esta modalidade no Sporting Clube de Cuba. Neste momento só temos estes atletas, não quer dizer que amanhã, ou no outro dia, não possam aparecer outros miúdos mais pequeninos para a formação, capazes de nós podermos fazer uma nova fornada de atletas, contudo, o dia de amanhã nunca se conhece, agora, o que podemos garantir é que o objetivo é manter a modalidade viva, sempre com a esperança de que em breve venha mais alguém para ajudar, e para pegar em miúdos para darmos continuidade a este processo”. O discurso é esperançoso, no entanto, o trabalho no terreno é que dará resultados. “Tentaremos fazer esse trabalho daqui em diante. Temos de recuperar alguns atletas mais velhos que saíram e que, neste momento, não estão a jogar, mas precisamos de alguém que nos ajude a pegar nessa parte e desenvolva esse trabalho”. A proximidade com a escola tem sido uma ajuda preciosa, porém, admitiu João Costa: “A captação funciona muito através do boca a boca dos nossos atletas que, de vez em quando, trazem um amigo para experimentar o andebol. Neste ano aconteceu isso, nesta época chegaram três miúdos para o escalão sub/ /14 que já integraram esta equipa. Eles vão passando a palavra e de vez em quando lá aparece mais um”. O campeonato em que a equipa está inserida é mais uma etapa de aprendizagem, sem outras metas que não seja o crescimento dos jogadores. “O objetivo é tentarmos melhorar a qualidade, em cada jogo fazermos algo melhor do que no jogo anterior, conscientes de que existem sempre algumas falhas. Os miúdos, às vezes, falham, mas eu também falho, porque não somos perfeitos, mas vamos tentando evoluir jogo a jogo. Sabemos sempre ao que vamos, portanto, só temos de melhorar de jogo para jogo”.A equipa treina três vezes por semana, no entanto, nem sempre consegue levar para os jogos aquilo que faz nos treinos. O técnico sublinhou: “Privilegiamos o crescimento dos miúdos como atletas e como seres humanos mas, claro, formar a ganhar é sempre mais motivador, mais desafiante. Temos de evitar que eles abandonem a modalidade, incentivando-se, melhorando em cada treino, sensibilizando-os para aquela que é a nossa realidade. Mas eles já sabem àquilo que vão, pois conhecem o valor das outras equipas, uma vez que muitos deles já estão connosco há algum tempo. Mas também tenho constatado que os miúdos, nos jogos, não demonstraram tudo aquilo que são capazes e que mostram nos treinos. Conhecemos a realidade do nosso clube e conhecemos a realidade dos nossos adversários e as diferenças são algumas, por isso só temos de melhorar de jogo para jogo”. Os próximos jogos passam por uma deslocação a Lagoa e a receção à Zona Azul. “São dois compromissos exigentes, dois jogos difíceis em que tentaremos mostrar tudo aquilo que vamos aprendendo durante a semana. Espero que a equipa já se apresente melhor do que nos dois jogos iniciais”, projetou João Costa.
