O Sporting Clube de Cuba e a Cautchú- Associação de Promoção e Desenvolvimento de Desporto, de São Teotónio (Odemira), são as duas equipas sul alentejanas enquadradas na Zona 8 do Campeonato Nacional Sub/16 Masculinos, promovido pela Associação de Andebol do Algarve, aquando desta entrevista.
Texto Firmino Paixão
A Zona 8 do campeonato compreende o grupo A, que, num primeiro momento competitivo, enquadrou as equipas do Lagoa A, Costa d’Oiro (Lagos), Portimonense e Cautchú, e foi esta a classificação da primeira fase, enquanto o Grupo B incluiu o Lagoa B, o Vela de Tavira, o Sporting de Cuba e o Andebol Clube de Olhão, também segundo a classificação final da fase preliminar.
Para o segundo momento competitivo formaram-se dois novos grupos: um, incluindo os dois primeiros classificados da etapa anterior; e outro, com os terceiro e quarto classificados dessa fase inicial, tendo em conta ainda uma possível qualificação para uma terceira fase do campeonato, já com equipas de outras regiões do país. Desta feita, o grupo das equipas alentejanas compreende o Sporting de Cuba e o Cautchú, mas também o Portimonense e o Andebol Clube de Olhão. Na jornada inaugural, desta segunda fase, o Sporting de Cuba jogou no seu reduto com o Portimonense, perdendo por 31-34, enquanto o Cautchú bateu o AC Olhão por 39-6.
No percurso para esta fase, o Sporting de Cuba apenas ganhou os dois jogos com a equipa de Olhão (10-17 no Algarve e 25-10 no Alentejo), perdendo as restantes partidas, quer com o Lagoa B quer com o Vela de Tavira. O que não surpreende, pois o projeto de retoma da modalidade de andebol no Sporting Clube de Cuba é muito recente, com a captação de atletas a iniciar-se em 2019, num tempo atravessado pela pandemia. Ainda assim, já conseguiu esta presença, de alguma forma, surpreendente, num campeonato nacional de iniciados, além de uma outra equipa de infantis que iniciou no passado dia 22 de janeiro a sua participação no campeonato regional, com uma deslocação ao recinto do Vela de Tavira.
“O projeto de revitalização do andebol na vila de Cuba está enraizado, mas ainda poderá vir a estar melhor, porque temos aqui matéria para este processo evoluir e ganhar qualidade”, garante João Maria Leão, um cubense que, há dois anos atrás, meteu mãos à obra para que a modalidade renascesse na sua terra natal.
No dia 20 de janeiro, realizou-se no pavilhão local um evento promocional da modalidade, o ‘Dia do Andebol’, dirigido a alunos do 1º ciclo, com o intuito de captar praticantes para a modalidade. “Gostávamos de fazer equipas de minis e bâmbis, que são os primeiros escalões do andebol, porque o Sporting de Cuba já tem uma equipa de Sub/14 (Infantis) outra de Sub/16 (Iniciados) e estamos envolvidos num processo de captação de miúdos, que é um projeto conjunto entre o clube, o Curso de Desporto da Escola Profissional de Cuba e a Escola Básica Fialho de Almeida”.
Comentando o percurso da equipa de iniciados no campeonato nacional, sobretudo as duas vitórias frente ao Andebol Clube de Olhão, o técnico referiu que “o Olhão é uma equipa da nossa geração, começaram a atividade em 2019, como nós, agora existe aqui uma força que nós possuímos, porque está enraizada nos cubenses, e até se nota noutras modalidades, que é o nosso crer e a nossa capacidade de superação. Somos um meio pequeno, estamos numa região com poucos miúdos e os que existem dispersam-se por outras atividades, mas estou convencido que ainda vamos fazer melhor”. E fazer melhor passará por ir mais além na presente competição? “Estarmos presentes numa fase final do campeonato será impensável” - assume – “mas se conseguíssemos ultrapassar esta segunda fase, já teríamos aqui equipas com outro nível competitivo e de regiões onde o andebol está mais evoluído. Estou convencido de que seremos capazes. Se, nos próximos jogos, trabalharmos um bocadinho melhor, principalmente na questão defensiva, podemos conseguir”.
Os jovens atletas estão ainda numa fase de aprendizagem, em competição, e seguramente que estes jogos os farão crescer e evoluir, divertindo-se, porque o desporto, nestas idades, tem também esse mérito. Por isso, João Maria Leão preconiza ter “uma meta que já transmiti ao grupo e vejo que eles têm muita ambição. E isso é bom, porque seria excelente podermos passar a uma terceira fase do campeonato”.
Ainda assim, nesta jovem equipa de Cuba, já despertam talentos. “Sim, mesmo com pouco tempo de prática da modalidade, vejo que existem aqui miúdos que evoluíram muito, tivemos que acelerar este processo de uma forma invulgar, ou seja, pusemo-los a jogar sem que eles aprofundassem as noções básicas do andebol, mas temos aqui qualidade. Temos é que trabalhar mais”, concluiu.
(Artigo publicado na edição nº 2074 a 21 de janeiro 2022)