A Associação de Patinagem do Alentejo e a Associação de Patinagem de Setúbal uniram-se na organização do 6.º Torneio Interzonal APA/ /APS sub/13, uma competição disputada no Pavilhão Municipal João Serra Magalhães, em Beja, com a participação de quatro equipas.
Texto e Fotos | Firmino Paixão
Uma seleção do Alentejo Norte, outra do Alentejo Sul (com jovens de clubes do Algarve, que a Associação de Patinagem do Alentejo (APA) também tutela), uma seleção de Setúbal Tejo e outra de Setúbal Sado. Quatro conjuntos mistos – o hóquei em patins também é uma modalidade inclusiva – evoluíram ao longo do dia, proporcionando momentos de harmonia e de convívio aos muitos familiares que os acarinharam, e aos treinadores que os observaram, projetando a eventual presença numa futura seleção do escalão superior. Um desfile de talentos.
Carlos Resende, selecionador da APA, foi claro: “O objetivo desta competição é, exatamente, preparamos a seleção sub/15 e será sempre o telhado, digamos assim, desta casa das seleções. Claro que é sempre importante, para já, ver como é que eles se comportam num contexto de seleção, depois, irem aprendendo e apreendendo o modelo de jogo que pretendemos para que, no próximo ano, aqueles que forem sub/15 comecem a treinar na seleção desse escalão, não se sabendo se será já para estarem no Torneio Inter-regiões, porque será o primeiro ano que cumprem nesse escalão, mas, com mais alguns treinos e jogos que possam fazer até lá, já estarão um pouco mais aptos, contrariamente ao que se fazia antigamente, em que os miúdos chegavam à seleção sub/15 com cinco ou seis treinos e estava feito”.
O universo de recrutamento é limitado face à exiguidade de equipas deste escalão na área de influência da associação, ainda assim, Carlos Resende não se queixa em demasia. “Gostava de ter um universo como tem a associação de Lisboa, mas a de Setúbal até está bem pior”. Porém, o técnico acredita que, no próximo ano, existirão mais equipas sub/13 e sub/15 do que no ano em curso, assumindo: “Desculpamo-nos muito com os reflexos da pandemia, isso já aconteceu há uns anos, mas, na verdade, em muitos aspetos, ainda estamos a sofrer com essas consequências, sobretudo, nestas zonas periféricas, onde não existem muitos clubes e, por isso, as coisas complicam-se mais, mas vamos trabalhando na nossa planificação”. Prescrevendo a receita para trazer mais gente para a modalidade, Carlos Resende teve uma afirmação curiosa. “O hóquei em patins tem um sentimento muito engraçado que é este: ou se ama ou se odeia. Conheço muita gente que adorava o hóquei em patins e que hoje está completamente afastada desta modalidade. A prioridade seria trazermos toda essa gente para o hóquei, para que a modalidade seja de todos e cresça com todos”.
Sílvia Graça, presidente da APA, referiu-se ao torneio como tendo sido um dia para promover a hóquei em patins, deixando claro que, no futuro, serão promovidas outras disciplinas, mas confessou: “Foi um dia bonito, com a presença de duas equipas de cada uma das associações a patinar, a jogar e a conviver e, no fundo, a promover os valores que o desporto transmite, a questão da igualdade, da resiliência e também da competição, porque ela é importante e faz parte da vida, mas com respeito, é isso que pretendemos e hoje foi um dia para celebrar o hóquei e m patins”.
A dirigente deixou, ainda, um agradecimento aos pais e outros familiares presentes, expressando: “As famílias são a base, a dedicação e o esforço que tornam possíveis dias como o que vivemos hoje”. E agradeceu, igualmente, ao seu homónimo da Associação de Patinagem de Setúbal, que considerou um parceiro fundamental para continuarem a desenvolver a modalidade. Ficou assim claro que se tratou de um momento de partilha, afirmou a dirigente. “Sem a Associação de Patinagem de Setúbal a colaborar connosco, muitas coisas não podiam acontecer. É um parceiro fundamental e muito importante para o desenvolvimento do hóquei no Sul. Contamos com eles e, naturalmente, eles também contam connosco”.
No próximo dia 18 a patinagem voltará ao Pavilhão João Serra Magalhães com uma iniciativa de promoção da patinagem de velocidade, a última fase dos “Speeds”, que é um interzonal, organizado pela Associação de Patinagem de Lisboa, com a presença de cerca de 80 atletas de patinagem de velocidade. “Será também um dia dedicado à partilha, à união e àquilo que o desporto promove”, admitiu Sílvia Graça, deixando aos atletas o apelo para que continuem a sonhar.