Diário do Alentejo

Clube Desportivo de Beja vai desenvolver a modalidade de teqball

22 de julho 2021 - 14:30

Uma mesa retangular, uma bola de futebol, dois ou quatro jogadores, um bom domínio de bola e, sobretudo, muito talento, aliados ao essencial conhecimento de todas as regras. Eis o teqball, modalidade que, esta semana, foi apresentada pelos responsáveis do Clube Desportivo de Beja.

 

Texto Firmino Paixão

 

“World is curved” (o mundo é redondo), é um lema usado pelos “teqers” (jogadores de teqball) em cuja galeria já figuram verdadeiras lendas, como Lionel Messi, Paulo Dybala, Steven Gerard, Wayne Ronney, Eric Dier, Carles Puyol, Di Maria, Neymar Júnior, Paul Pobga e muitas outras estrelas do futebol mundial, mas também os portugueses Nuno Gomes, Simão Sabrosa, Bruno Fernandes e João Félix. E se lhe dissermos, também, que muitas seleções presentes no europeu de futebol, cuja final se disputa no próximo domingo, entre elas, o conjunto italiano, a ‘squadra azzurra’, treinado por Mancini, aperfeiçoam o domínio técnico, a precisão e o controlo de bola, jogando teqball, o desporto que, atualmente, mais cresce em todo o mundo. Aliás, o teqball, conforme relata a já existente federação portuguesa da modalidade, entidade que nos ajuda a perceber melhor este fenómeno, “é um desporto inventado em 2014, na Hungria, por dois entusiastas do futebol, Gábor Borsányi, antigo futebolista profissional e Viktor Huszár, cientista computacional”.

 

Mas afinal o que é o teqball? “É um desporto que se joga com uma bola de futebol, sobre uma mesa em tudo semelhante à do ténis de mesa, diferindo, apenas, na configuração do tampo, porque este é curvo e dividido por uma rede rígida. O teqball pode ser jogado individualmente ou em pares, devendo cada jogador/dupla fazer a bola tocar a mesa, do outro lado da rede, tocando-a um máximo de 3 vezes, com qualquer parte do corpo à exceção dos braços”.

 

Trata-se de uma modalidade recente, com cerca de sete anos de existência, mas já praticada em mais de 100 países e, em Portugal já estão filiados na Federação Teqball Portugal, entretanto criada, mais de sete dezenas de clubes, entre eles, o Juventude de Évora, o Despertar e o Desportivo de Beja.

 

O Desportivo de Beja foi um dos emblemas de Beja que aceitou o repto deste organismo para incrementar e divulgar a modalidade na sua área de influência, um projeto apresentado nos últimos dias no Complexo Desportivo Fernando Mamede, na cidade de Beja, oportunidade para Hugo Santana, membro da comissão administrativa do clube, e dirigente que vai liderar esta área, explicar o projeto: “O Desportivo de Beja, enquanto clube formador, recebeu um convite da Federação Teqball Portugal e, desde a primeira hora, achámos que seria bom iniciarmos uma modalidade destas no nosso distrito, também com o intuito de criarmos uma nova atividade no clube. Aceitámos o desafio e acho que que será muito proveitoso, porque nos ajudará também a trabalhar com os miúdos na vertente técnica e, daí, a nossa decisão de aceitarmos o convite”.

 

O dirigente bejense acrescentou: “Tínhamos conhecimento desta modalidade e sabíamos que alguns clubes europeus estão a implementar alguns projetos, sobretudo ao nível da competição e o nosso circuito também será um bocado assim, mas, por agora, vamos para um período de aprendizagem e depois, eventualmente, participaremos em provas criadas pela federação”.

 

Hugo Santana concordou também que, uma vez aceite o repto da Federação Teqball Portugal, o clube terá que “criar as melhores condições possíveis” para que a modalidade se consiga expandir no Baixo Alentejo, até porque o próprio organismo federativo já ministra cursos para árbitros e treinadores. “Num primeiro momento, queremos tentar perceber qual é a adesão que vamos ter ao nível de atletas para esta modalidade e, mais adiante, tentaremos criar uma estrutura própria, que nos permita desenvolver o projeto, querendo que o mesmo seja duradouro e bem-sucedido”.

 

Quanto ao universo de praticantes, admitiu que, para já, está a ser pensada a criação de “algumas equipas constituídas pelos nossos atletas e depois, também estamos abertos a receber quem, de fora do clube e da nossa população, queira integrar este projeto, formar algumas equipas e depois participar nas competições organizadas pela Federação”.

 

A modalidade apela a algumas competências físicas e técnicas. “Isto, para nós, e para os nossos atletas, é tudo uma novidade, mas é uma modalidade em que a qualidade técnica desempenha um papel muito importante e daí também acharmos que será bom para todos os nossos atletas que queiram praticar e desenvolver as suas competências técnicas e de domínio de bola”, sublinhou o dirigente, acrescentando ser por isso que, neste período inicial, digamos mesmo que experimental a intenção “é ver qual é a adesão da parte dos miúdos, fazê-los perceber que é uma modalidade nova e que poderá ser útil para eles, na vertente da transição para o futebol. Pensamos que o projeto terá sucesso”.

 

O teqball joga-se em várias vertentes, condicionadas até ao número (duas, três e quatro) e à tipificação das mesas (‘teq lite’, ‘teq one’ e ‘teq smart’), individualmente ou em pares, mas, sublinhou Hugo Santana, neste momento o clube pensa “desenvolver a área de duplas” e entrar em alguns torneios: “É, para já, o nosso plano, depois, se tivermos uma boa adesão, como, aliás, estamos a prever, talvez possamos optar pela competição individual, seria interessante”. O projeto crescerá na medida em que o interesse dos praticantes seja proporcional e evoluirá assim que existam os necessários apoios.

 

Neste momento, o Clube Desportivo de Beja adquiriu apenas uma mesa (e a preços excecionalmente convidativos), porque o preço de mercado varia entre os 1500 e os 3000 euros, mas, no seio do clube, existe a convicção de que o incremento desta nova atividade contribuirá para a diversidade da oferta com que o clube vem cativando jovens atletas. Hugo Santana foi mais longe e afirmou: “A comissão administrativa do Clube Desportivo de Beja tem feito um trabalho meritório, aliás, quem olhava para o clube há meia dúzia de anos e quem o vê hoje, percebe bem que o Desportivo deu um passo em frente e que estamos a tentar criar as melhores condições para os nossos atletas. Acho que isso está a ser bem conseguido, porque cada vez mais nos aparecem miúdos interessados em vestir esta camisola e isso, para nós, é uma satisfação”.

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