Diário do Alentejo

PS elege dois dos três deputados pelo círculo de Beja

07 de outubro 2019 - 00:40

Texto Luís Lourenço (Lusa)

 

O PS elegeu dois dos três deputados pelo círculo de Beja, o que não acontecia desde 2011, à custa do PSD, que perdeu o que tinha, continuando um "nas mãos" da CDU. O PSD não elegeu qualquer deputado e os lugares por Beja na Assembleia da República foram divididos pelo PS (dois) e pela CDU (um) entre 1999, quando o círculo passou de quatro para três mandatos, e 2011. No entanto, em 2011 e depois em 2015, os três deputados por Beja voltaram a ser distribuídos por PS, CDU e PSD.

 

Nas eleições de hoje, o PS conquistou 40,71% dos votos, mais 3,42 pontos percentuais do que em 2015, e elegeu dois deputados, mais um do que há quatro anos, mantendo-se o partido mais votado no círculo de Beja.

 

Além de ter voltado a reeleger o deputado Pedro do Carmo, que entrou na Assembleia da República em 2015, o PS conquistou mais um lugar por Beja no seu grupo parlamentar, onde se vai sentar a número dois na lista, Telma Guerreiro.

 

A CDU alcançou 22,80% dos votos, menos 2,16 pontos percentuais do que os 24,96% obtidos em 2015, elegeu o deputado João Dias, que em 2018 substituiu João Ramos eleito há quatro anos e que deixou o cargo por razões de natureza pessoal e familiar, e mantém-se a segunda força política no distrito de Beja.

 

O PSD, que apostou num "novo rosto" como cabeça de lista, o independente Henrique Silvestre Ferreira, obteve 13,29% dos votos, menos 6,82 pontos percentuais do que em 2015. Apesar de se manter como terceira força política, o PSD perdeu o lugar de deputado por Beja que tinha "reconquistado" em 2011, quando concorreu sozinho, e mantido em 2015, em coligação com o CDS-PP.

 

Apesar de não ter conseguido eleger qualquer deputado, o Bloco de Esquerda obteve hoje 9,08% dos votos, mais 0,88 pontos percentuais do que os 8,20% obtidos em 2015, mantém-se a quarta força política no distrito.

 

Já o CDS-PP, que formava a terceira força política em coligação com o PSD na sequência das legislativas de 2015, obteve hoje 2,30% dos votos e tornou-se a quinta força política.

 

No distrito de Beja, votaram hoje 64.269 dos 122.987 eleitores inscritos, o que corresponde a uma participação de 52,26% e a uma abstenção de 47,74%. Nas eleições de hoje e em relação às de 2015, no distrito de Beja, desceram os números de eleitores inscritos (de 128.926 para 122.987, menos 5.939) e de votantes (de 74.485 para 64.269, menos 10.216) e subiu a abstenção (de 42,23 para 47,74%). Este domingo, com menos inscritos e votantes e abstenção maior no círculo de Beja, as duas forças políticas que elegeram deputados perderam votos em termos absolutos relativamente a 2015.

 

O PS, apesar de te subido a percentagem e ter sido o mais votado em todos os concelhos do distrito de Beja, perdeu 1.614 votos e a CDU 3.937. Com 10.229 quilómetros quadrados, o distrito de Beja é o maior de Portugal em área e tinha em média no ano passado 141.897 habitantes distribuídos por 14 concelhos, segundo dados do portal de análise de dados estatísticos Eyedata. O número significa uma perda de 10.861 habitantes desde o Censos de 2011, quando tinha 152.758.

 

Comércio e serviços, agricultura e pecuária, construção, alojamento e restauração, indústria transformadora e administração pública são as principais atividades económicas do distrito de Beja, também marcado pela extração mineira, através da exploração das minas de Castro Verde e Aljustrel, onde trabalham cerca de 3.000 pessoas.

 

O aproveitamento do aeroporto de Beja e a melhoria dos serviços públicos de saúde e das acessibilidades, sobretudo a conclusão das obras da A26/IP8 e a eletrificação dos troços ferroviários da Linha do Alentejo entre Casa Branca, Beja e Funcheira, são as principais reivindicações da população do distrito.

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