Catarina Martins esteve no serviço de Psiquiatria e na unidade de acidente vascular cerebral do hospital de Beja para dar a conhecer os bons exemplos que se praticam na Saúde e na região. Gouveia e Melo reuniu-se com o executivo da câmara local para ouvir as preocupações quanto à autoestrada e à ferrovia.
Texto | Ana Filipa Sousa de Sousa
A antiga líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, visitou, no passado dia 19, o Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, para destacar “alguns projetos” que “estão contracorrente com o que está a acontecer na Saúde” e, consequentemente, “a ser capazes de atrair mais profissionais”.
A visita, que decorreu no âmbito da sua candidatura às eleições para a Presidência da República, deu a conhecer as instalações e o trabalho desenvolvido no serviço de Psiquiatria e na Unidade de Acidente Vascular Cerebral de Beja, da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba).
“São projetos que possuem características fundamentais, [com] capacidade de ligar o trabalho que se faz em hospital à comunidade e isto é o futuro do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Portugal forma muitos bons profissionais de saúde, [mas] o problema é que não os consegue reter no SNS, porque não lhes dá nem condições de trabalho, nem condições de carreira para que prosperem”, relembrou, em declarações ao “Diário do Alentejo” (“DA”).
Para Catarina Martins “o papel de um Presidente da República” é representar os “problemas da população”, mas, também, dar “visibilidade aos projetos que vão andando contra a corrente e que são capazes de oferecer soluções”.
A candidata reafirmou que, atualmente, gasta-se “muito dinheiro” em Saúde, porém, não da forma “certa” e “estruturada”. “Em vez de fazermos investimento em instalações, em carreiras, em programas com a comunidade gasta-se o dinheiro em tarefeiros, em remendos e em uma série de coisas que tornam o SNS muito mais frágil. Precisamos de parar com respostas que não funcionam e ter a coragem de investir naquelas que dão resultado”, frisou.
Catarina Martins deslocou-se, depois, até ao “coração” da cidade, as portas de Mértola, para contactar com a população.

O mesmo sítio escolheu Henrique Gouveia e Melo na terça- -feira, dia 23, para uma ação de campanha enquanto candidato à Presidência da República. Depois de uma reunião com o executivo da Câmara de Beja, no edifício dos paços do concelho, o almirante, deslocou-se até ao centro da cidade para, entre uma fotografia e outra, “ouvir as preocupações das pessoas”.
Em declarações ao “DA”, o ex-chefe do Estado-Maior da Armada salientou que, na referida reunião, transmitiu a Nuno Palma Ferro, Liliana Cabecinha e Vítor Picado que, se for eleito, fará “pressão para que o território [nacional] não tenha três velocidades diferentes”, isto é, “a do interior, a do litoral e a das grandes cidades”.
“Nós temos de melhorar a atratividade e puxar a economia para o interior. O interior está mais abandonado, os nossos idosos estão abandonados, os jovens foram sugados do interior para o litoral [ou] para as grandes metrópoles e, muitas vezes, até para fora do País, e isto está a contribuir para a aceleração do despovoamento”, assegurou.
Gouveia e Melo reconheceu “as preocupações” que a população sente ao nível das infraestruturas e dos acessos, mais especificamente da autoestrada e da ferrovia, e admitiu que “estamos a perder um potencial gigantesco do interior do País”.
“Temos de inverter verdadeiramente esta política. Temos de conseguir fazer qualquer coisa de forma positiva e ativa para inverter isso, porque, se não invertermos isso, Portugal qualquer dia é uma faixa de 20 a 30 quilómetros do litoral e o resto está completamente abandonado”, aludiu.
Questionado pelos jornalistas sobre o debate televisivo em que participou com Luís Marques Mendes, outro dos candidatos presidenciais, na segunda-feira à noite, dia 22, Gouveia e Melo recordou que “a Presidência é o único sítio no sistema político que tem como obrigação unir os portugueses” e que, por isso, não podem existir “divisões, nem de esquerda, nem de direita, nem de cor [política], nem de qualquer outro tipo de divisão”.
“A lógica da Assembleia da República é a da congregação de ideias diferentes que existem na sociedade e, por isso, é que há partidos diferentes, mas a lógica da presidência é a da união. O que vejo é muito desta lógica partidária nesta discussão, cada candidato representa quase um partido, [mas] o que importa é que não se leve estas lógicas partidárias para esta nova função presidencial”, afirmou.
André Ventura deverá, também, visitar a capital de distrito enquanto candidato presidencial, no próximo domingo, dia 28.