Diário do Alentejo

Interpretar a vontade do coletivo

21 de outubro 2025 - 08:00

Luís Pedro DargentDelegado distrital de Beja do CDS-PP

 

Mal recuperado de uma campanha intensa, emocionante e acompanhado por uma equipa extraordinária, e ao fim de quase 40 anos de candidaturas a quase todos os órgãos autárquicos, nacionais e europeus, não me peçam contenção no preciso momento em que acabo de viver uma série de vitórias nunca antes imaginadas, com vitórias na Câmara Municipal de Beja, na assembleia municipal e três freguesias, duas urbanas e uma rural, com resultados excelentes noutras tantas. Acredito piamente que se pode desejar uma mudança sem ser contra ninguém, apenas com um sentimento generalizado de aderir a uma nova visão, se calhar mais adequada aos desafios destes tempos difíceis, mas sempre admiráveis, que nos foram dados viver! Vamos experimentar, e se não estivermos à altura, daqui a quatro anos mandam-nos embora. O que são quatro anos, depois de 50 de outros modelos de governação, por assim dizer.É tempo de acabar com a crispação, preocuparmo-nos mais com Beja do que com os nossos umbigos, baixar os egos e ouvirmo-nos mais uns aos outros, a nossa já não tão jovem democracia merece.A nossa região não pode desperdiçar mais tempo, se está na nossa natureza pecar ao menos escolhamos fazê-lo de forma mais civilizada e adequada ao nosso clima e feitio: uma soberba quanto baste, uma avareza com conta, peso e medida, uma luxúria contida, uma ira controlada, uma gula – com a nossa gastronomia nem devia ser pecado – e a preguiça, que deveria ser uma modalidade olímpica, vá que não vá, sempre sacamos algum proveito. Agora a inveja, meu Deus, não aproveita a ninguém, nem ao invejoso nem ao invejado, e, já agora, não contribui nada para o crescimento económico, tirando da indústria dos antidepressivos, que por enquanto ainda nos é alheia. Os resultados destas eleições não serão bons para ninguém se não fizermos aquilo que nos cabe, cada um deve estar disponível para ouvir, e quem tem oportunidade de governar deve interpretar a vontade do coletivo e proporcionar a melhor qualidade de vida, sobretudo, a quem mais precisa. Se conseguirmos isto, todos teremos ganho estas eleições!

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