Diário do Alentejo

Legislativas: Distrito de Beja com menos 5894 eleitores

09 de setembro 2019 - 12:15

Apesar da "revolução agrícola" motivada pelo regadio do Alqueva, que tem atraído investimentos agroindustriais, o distrito de Beja perdeu habitantes, mas mantém o peso político e volta a eleger três deputados nas eleições legislativas de outubro. Com 10.229 quilómetros quadrados, o distrito é o maior de Portugal em área e tinha em média no ano passado 141.897 habitantes distribuídos por 14 concelhos, segundo dados do portal de análise de dados estatísticos Eyedata.

Texto Luís Lourenço (Lusa)

 

Atualmente, após suspenso o recenseamento eleitoral e quando decorre um período de reclamações, há 123.032 eleitores inscritos no distrito, menos 5.894 do que os 128.926 registados no dia das legislativas de 2015, segundo dados do Ministério da Administração Interna. No entanto, o distrito de Beja, o segundo de Portugal com menos eleitores, a seguir ao de Portalegre, ainda tem o número suficiente para continuar a eleger três deputados. Comércio e serviços, agricultura e pecuária, construção, alojamento e restauração, indústria transformadora e administração pública são as principais atividades económicas do distrito, também marcado pela extração mineira, através da exploração das minas de Castro Verde e Aljustrel, onde trabalham cerca de 3.000 pessoas.

No distrito, o ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem era de 986 euros em 2016, 24,67 em cada 1.000 habitantes trabalhavam na administração pública em 2017 e 6,58% da população residente eram desempregados inscritos em 2018. Em 2015, o poder de compra per capita situava-se nos 84,65 (para uma referência nacional de 100,22) e, em 2011, a percentagem de população com mais de 15 anos com pelo menos o ensino secundário era de 23,64% (contra os 30,53% nacionais).

 

A água e o sistema de rega do projeto Alqueva motivaram uma "revolução agrícola" no distrito ao permitirem a conversão da agricultura de sequeiro para a de regadio e potenciarem investimentos agrícolas, como novas culturas, sobretudo olival e amendoal, e agroindustriais, como lagares de azeite. Em abril de 2011, começou a operar o aeroporto de Beja, que custou 33 milhões de euros e chegou a ser encarado pela população como uma ‘esperança’ de desenvolvimento. Contudo, o aeroporto está aquém das expectativas - tem estado praticamente vazio e sem voos e passageiros na maioria dos dias, quase servindo só para estacionamento e manutenção de aviões da companhia área Hi Fly.

 

Para já, o único grande investimento concreto no aeroporto é o da empresa Mesa, do grupo dono da Hi Fly, que está a construir um hangar para manutenção de aviões, num investimento de 30 milhões de euros e que deverá começar a funcionar em 2020 e criar 150 postos de trabalho. O aproveitamento do aeroporto de Beja e a melhoria dos serviços públicos de saúde e das acessibilidades, sobretudo a conclusão das obras da A26/IP8 e a eletrificação dos troços ferroviários da Linha do Alentejo entre Casa Branca, Beja e Funcheira, são as principais reivindicações da população do distrito.

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