Diário do Alentejo

Beja: Museu Jorge Vieira reabre no domingo

30 de agosto 2019 - 19:00

O Museu Jorge Vieira, em Beja, que fechou há 20 meses devido à degradação do edifício que o albergava, foi transferido para a Casa do Governador, no castelo da cidade, onde vai reabrir no domingo e funcionar provisoriamente. O museu, dedicado à arte contemporânea, fechou em janeiro de 2018, devido ao "avançado estado de degradação" do edifício onde estava instalado na rua do Touro, lembrou vereadora do Património, Marisa Saturnino. Por isso, o município, que "tem o dever de respeitar e acautelar a divulgação" do espólio artístico doado por Jorge Vieira e considera que "merece ser exposto com dignidade", decidiu instalar o museu provisoriamente na Casa do Governador, explicou.

 

Segundo a autarca, o município optou por instalar provisoriamente o museu na Casa do Governador porque ainda não é possível transferi-lo para o Centro de Arqueologia e Artes de Beja, onde pretende instalá-lo em definitivo. A Casa do Governador tem "boas condições" e situa-se no castelo de Beja, que é "o monumento mais emblemático e visitado da cidade", o que irá permitir "dar uma maior visibilidade" e "atrair um maior número de visitantes" ao museu, frisou.

 

"Para já, o principal objetivo é garantir a exposição ao público" das obras de Jorge Vieira que integram o museu, o que "não era possível" no edifício na rua do Touro, explicou, referindo que o museu vai ficar na Casa do Governador até poder ser instalado no Centro de Arqueologia e Artes. O município "não tem um ‘timing’ concreto para o tempo de permanência do museu na Casa do Governador, porque vai depender da data de abertura do Centro de Arqueologia e Artes", disse.

 

Segundo a Câmara de Beja, o museu integra parte do espólio de esculturas e desenhos que Jorge Vieira lhe doou, "fruto de uma relação de grande proximidade com o município", e que é "uma parte significativa" da obra de um artista que "marcou o percurso da arte portuguesa ao longo do século XX".

 

Jorge Vieira nasceu em Lisboa, em 1922, mas "desde cedo estabeleceu uma relação afetiva muito forte com o Alentejo", onde morreu, em Estremoz, em 1998. O Centro de Arqueologia e Artes vai nascer num quarteirão junto à Praça da República e ser composto por um edifício e um logradouro interior, onde foram achados, escavados e postos a descoberto vestígios arqueológicos do antigo fórum romano de Beja - como um templo romano do século I d.C., que é "o maior" de Portugal e "um dos maiores" da península Ibérica - e da Casa da Moeda, do século XVI.

 

A obra de construção do edifício, num investimento de 2,1 milhões de euros, financiado através do Fundo Jessica Portugal, terminou em 2017, mas o centro ainda não abriu ao público. Questionada sobre quando o Centro de Arqueologia e Artes deverá abrir, Marisa Saturnino disse que o executivo municipal "quer que o espaço abra até ao final do mandato", ou seja, até outubro de 2021.

 

A vereadora disse que a obra de construção do edifício está concluída, mas ainda falta terminar as intervenções no fórum romano e na Casa da Moeda. O município "está a trabalhar" em soluções e projetos de museologia para o fórum e a Casa da Moeda e "o ideal será abrir tudo ao mesmo tempo", disse, sem apontar qualquer data.

Comentários