O grupo parlamentar do PCP, “tendo em conta a realidade e as necessidades do distrito e do País”, apresentou “diversas propostas” que considera importantes incluir no Orçamento do Estado (OE) para 2026. De entre as medidas em discussão, os comunistas chamam à atenção para o hospital de Serpa, para os perímetros de rega de Póvoa-Moura e Vidigueira, para as intervenções nas estradas nacionais da região e no IP8, assim como para a eletrificação e modernização da linha ferroviária.
Texto Ana Filipa Sousa de Sousa
A Direção da Organização Regional de Beja (Dorbe) do PCP, em comunicado enviado ao “Diário do Alentejo” (“DA”), informou que o seu grupo parlamentar apresentou “diversas propostas” em sede de discussão, na especialidade, do Orçamento do Estado (OE) para 2026, por acreditar que o atual plano “penaliza os trabalhadores e o desenvolvimento das regiões do interior”.“Estamos mais uma vez perante uma proposta de orçamento do estado feito à medida dos grandes grupos económicos, que não serve quem trabalha, não serve quem tem reformas baixas, não serve os micro, pequenos e médios empresários [e que] não contribui para corrigir as assimetrias regionais nem para fortalecer o poder local e a sua capacidade de intervenção”, lê-se na nota de imprensa enviada na passada terça-feira, dia 18.A Dorbe do PCP acusa, assim, o Governo de “falta de vontade” para “resolver os problemas da região” e de “concretizar as infraestruturas indispensáveis para a melhoria da qualidade de vida e para a promoção do seu desenvolvimento”.O documento refere a preocupação do PCP pelo facto de a obra de ampliação do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, não constar no referido relatório, assim como pela “retirada da maior parte do financiamento do Programa Regional do Alentejo” para a eletrificação e modernização da linha ferroviária entre Casa Branca e Beja.“[Este retrocesso] traz incerteza sobre o futuro e comprova que o ritmo a que o processo avança é de marcha lenta e, neste caso, agora com uma manobra de marcha-atrás, que é extremamente perigosa para a concretização desta importante aspiração da região”, referem.O PCP questiona também a intervenção na rodovia do Itinerário Principal (IP) 8 que, “erradamente, designam como obras do IP8”, pois a mesma “trata-se apenas de uma qualificação de uma estrada nacional, faltando um compromisso claro” para a sua execução entre Sines e Vila Verde de Ficalho. Paralelamente, os comunistas condenam “as sucessivas promessas não cumpridas” na concretização dos perímetros de rega de Vidigueira e Moura-Póvoa-Amareleja, “em que todos os prazos apresentados não são cumpridos e em que se continuam a reduzir as áreas dos respetivos blocos de rega”.Desta forma, o grupo parlamentar do PCP exige que no OE para 2026 esteja incluída a reversão do Hospital de São Paulo, em Serpa, para a gestão pública, e a construção do perímetro de rega sobre os circuitos hidráulicos de Póvoa-Moura e Vidigueira, assim como os respetivos blocos de rega. Simultaneamente, o PCP pede, também, as intervenções nas estradas nacionais (EN) 121, 260, 258, no troço entre Vidigueira e Moura, 259 e 386, entre Amareleja e Barrancos, assim como a “conclusão total” do IP8 e a “construção da variante entre Moura e o alargamento da ponte sobre o rio Ardila”. Ao nível ferroviário é solicitada a eletrificação e modernização da linha do Alentejo entre Casa Branca e Ourique, da mesma forma que é exigida a criação de uma plataforma logística junto ao aeroporto de Beja.Ao nível nacional, os comunistas destacam também a reconstituição das direções regionais de agricultura e pescas, a reposição de rendimentos e do potencial produtivo resultante da língua azul nos ovinos, o início da concretização do programa “Água que Une” e a dotação de uma verba para o financiamento de projetos de recuperação/reabilitação de escolas.