Diário do Alentejo

“Um museu fechado não é um museu estagnado”

13 de setembro 2025 - 08:00

Três Perguntas a Rita Maia Gomes, diretora do Museu Rainha D. Leonor

De acordo com fonte oficial da instituição pública Património Cultural, o Museu Rainha D. Leonor, encerrado para obras desde 2023, continuará a ser intervencionado até junho do próximo ano. O “Diário do Alentejo” conversou com a diretora do referido museu, Rita Maia Gomes, sobre a empreitada, a previsível antecipação da sua abertura, assim como o programa simbólico da mesma.

 

Texto José Serrano

 

De acordo com fonte oficial da instituição pública Património Cultural, o Museu Rainha D. Leonor, encerrado para obras desde 2023, continuará a ser intervencionado até junho do próximo ano. Tendo sido previsto pela Câmara Municipal de Beja, em fevereiro deste ano, a conclusão das obras no final de 2026, regozija-se com esta previsível antecipação da abertura do museu?As obras que se encontram a decorrer no Museu Rainha Dona Leonor (MRDL) estão a ser executadas ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), um programa que, na área do património, está a ser gerido pelo instituto público Património Cultural. O prazo para executar o PRR termina a 31 de agosto de 2026, de acordo com a comunicação oficial da Comissão Europeia “NextGenerationEU – The road to 2026”, o que quer dizer que as obras do museu terão de terminar até essa data. Porém, faço notar que o fim das obras não significa a imediata abertura do museu. Entre o final das obras e a abertura do museu há trabalhos que têm de ser realizados e, como tal, ainda é prematuro apontar datas para a inauguração. Aproveito para esclarecer que o MRDL é um museu de tutela estatal e, como tal, apenas a Museus e Monumentos de Portugal E.P.E. poderá, em tempo oportuno, avançar com a data da abertura.

 

A intervenção de reabilitação do museu, prevista no início das obras, será cumprida na sua totalidade?É isso que esperamos. Trabalhamos todos os dias para garantir condições adequadas para que a obra seja executada na sua totalidade. A intervenção está a ser realizada em vários domínios – conservação e restauro, acessibilidades, museografia –, com equipas de diferentes especialidades a trabalhar no local, o que atesta a complexidade da obra e da sua gestão. Neste momento em concreto, estão a decorrer trabalhos de conservação e restauro do património integrado, nomeadamente, na azulejaria, pintura mural, talha dourada e cantaria. Estamos perante a maior intervenção no edifício desde finais do século XIX, com um financiamento que não se repetirá nas próximas décadas.

 

Se, de facto, as obras ficarem concluídas no primeiro semestre de 2026, estaremos a menos de um ano desse acontecimento. Há algo pensado, para simbolizar a reabertura do museu? Como disse anteriormente, o final das obras não significa a abertura imediata do museu. O museu abrirá com uma museografia completamente renovada e estamos já a trabalhar numa grande exposição temporária para essa ocasião. Será uma exposição de produção própria, fruto de investigação realizada pela equipa do MRDL. Porém, antes ainda da reabertura, em março de 2026, apresentaremos uma exposição centrada em peças icónicas das várias coleções do MRDL, dando a conhecer a excecionalidade e a abrangência cronológica e temática do nosso acervo. Estamos a trabalhar para que o Museu Rainha Dona Leonor se torne uma instituição de referência a nível nacional e internacional. Um museu fechado não é um museu estagnado.José Serrano

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