Diário do Alentejo

“(…) A maioria das situações de deposição de monos na via pública acontece por falta de civismo”.

30 de agosto 2025 - 08:00

Três Perguntas a Miguel Ramalho, presidente da União de Freguesias de Santiago Maior e São João Batista (Beja)

A contínua deposição de monos na via pública levou as uniões de freguesia da cidade de Beja a reforçaram a comunicação acerca da recolha de monos domésticos. O “Diário do Alentejo” falou com o presidente da União de Freguesias de Santiago Maior e São João Batista, Miguel Ramalho, a propósito do tema.

 

Texto | José Serrano

 

 

Sob o lema “Colabore. Não custa nada. Ajude-nos a cuidar bem da freguesia e da cidade”, as Uniões de Freguesia de Santiago Maior e São João Baptista e de Salvador e Santa Maria da Feira, na cidade de Beja, decidiram reforçar a comunicação acerca do serviço de recolha de monos domésticos. Significa esta iniciativa que a colocação de monos, em espaço público, tem vindo a aumentar? Não há dados para afirmar isso ou o seu contrário. O que podemos dizer é que continua a verificar-se a colocação de muitos monos na rua, apesar de ser proibido e da garantia, adotada desde o início do nosso mandato, da sua recolha, até ao terceiro dia útil após a chegada do pedido à junta de freguesia. Nos primeiros seis meses deste ano, a Junta de Freguesia de Santiago Maior e São João Baptista recolheu 151 toneladas de monos domésticos e assegurou 585 recolhas domiciliárias, uma média de cinco recolhas por cada dia útil de trabalho. A parte substancial da recolha de monos domésticos continua, ainda assim, a ser feita na via pública. Os monos mais frequentes que recolhemos são colchões, com um crescimento exponencial nos últimos anos, eletrodomésticos e móveis.

 

Considera que o depósito de monos domésticos na rua se faz por desconhecimento da existência do serviço de recolha ou por escassez de civismo?Será pelos dois motivos, mas a maioria das situações de deposição de monos na via pública acontece por falta de civismo. Na área da freguesia, para além de toda a informação que nós disponibilizamos, está afixado, num número significativo de moloks, o número dos contactos para a recolha de monos, anunciando, também, a proibição da sua deposição na rua. Contudo, esta informação não demove os infratores.

 

Quais as infrações em que incorrem e de que forma prejudicam os seus congéneres os cidadãos que utilizam o espaço público para se “livrarem” de monos domésticos?A prática é proibida, de acordo com o Regulamento de Serviço e Gestão de Resíduos Urbanos, podendo aos infratores ser aplicada uma coima que vai dos 250 aos 1500 euros, no caso de pessoas singulares, e de 1250 a 22 000 euros, no caso de pessoas coletivas. A este nível, não é exagero afirmar que tem havido laxismo por parte da câmara municipal – só esta tem competência para acionar os processos de contraordenação –, que tem levado à instalação de uma situação de impunidade, não estimulando a adoção de boas práticas por parte de quem continua a prevaricar. À semelhança do que acontece com outras más práticas que permanecem, a exemplo de pessoas que não apanham os dejetos, feitos na via pública, dos seus animais de companhia, podemos dizer que, havendo um número significativo e crescente de pessoas que cumpre, os que não o fazem, acabam por dar uma má imagem dos espaços públicos da freguesia e da cidade. E, consequentemente, de todos nós, perante quem nos visita.

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