Três Perguntas a Flávia Silva, docente da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), proponente e coordenadora do projeto “Ares de Beja”
A propósito da recente instalação do projeto “Ares de Beja”, equipamento de monitorização da qualidade do ar na cidade, o “Diário do Alentejo” conversou com a coordenadora da iniciativa, Flávia Silva, sobre os seus objetivos, a praticicidade do projeto e as razões pelo qual o equipamento só agora é que está em funcionamento, uma vez que foi uma das três propostas vencedoras do primeio orçamento participativo da Câmara Municipal de Beja, em 2022.
Texto José Serrano
Foi recentemente instalado o projeto “Ares de Beja”, equipamento de monitorização da qualidade do ar na cidade. Quais os objetivos desta iniciativa?O objetivo do projeto visa criar um sistema de monitorização da qualidade do ar, em Beja, que permita recolher dados reais, em tempo real, tornando-os acessíveis ao público e à comunidade académica.
Como poderão beneficiar, em termos práticos, os cidadãos da cidade de Beja com as informações disponibilizadas por este equipamento? O sistema “Ares de Beja” permite aos cidadãos aceder, em tempo real, a dados sobre a qualidade do ar e as condições meteorológicas locais, bem como os níveis de poluentes existentes. Esta informação, disponível on line, é útil para a população em geral, podendo esta saber acerca da qualidade do ar que respira. O projeto apoia, também, investigadores e autoridades locais na tomada de decisões em prol da saúde pública e sustentabilidade ambiental. Nesta primeira fase está sendo disponibilizado, semanalmente, no site da Câmara de Beja, um resumo da qualidade do ar para a população. Numa segunda fase do projeto vamos conseguir identificar o material pelo qual é composto o ar em Beja – será possível analisar as partículas recolhidas nos filtros e saber se são de fuligem, de poeira, de compostos químicos…
O projeto “Ares de Beja” foi uma das três propostas vencedoras do primeiro orçamento participativo (2022) promovido pela Câmara Municipal de Beja. Quais as razões para que o equipamento só esteja agora implementado?Apesar de ter sido aprovado em 2022, o projeto foi implementado neste ano devido à complexidade técnica do processo, que incluiu a aquisição especializada de equipamentos, calibração dos sensores, articulação entre várias entidades, garantindo a fiabilidade e qualidade do sistema agora disponível ao público, tendo havido, ainda, a necessidade de reunir com empresas, no estrangeiro, para aquisição dos equipamentos adequados. Para além de toda a burocracia necessária – editais e concursos para compra de materiais para entidades públicas. A divulgação e implementação do projeto também teve um atraso devido à minha situação atual, acabo de ter um bebé e entre a gravidez e o nascimento fomos avançando aos poucos.