Diário do Alentejo

As ideias e propostas dos partidos

03 de março 2024 - 18:00
Entrevista a Ricardo Mendes – Reagir Incluir Reciclar
Foto | D.R.Foto | D.R.

Para além do Partido Socialista, da Coligação Democrática Unitária (PCP e PEV) e da Aliança Democrática (PSD, CDS-PP e PPM), o “Diário do Alentejo” quis saber quais as ideias e propostas dos restantes 11 partidos (PCTP/MRPP e Ergue-te não responderam às questões) que compõem as candidaturas às eleições Legislativas de 10 março pelo círculo eleitoral de Beja para a região.

 

Ricardo Mendes – Reagir Incluir Reciclar

37 anos. Empresário. Natural de Lisboa. Residente em Lisboa

 

Quais são as três grandes prioridades do seu partido para o distrito de Beja?

A modernização e eletrificação da linha ferroviária do Alentejo não é apenas uma questão de conveniência, mas, sim, uma necessidade para garantir a eficiência e sustentabilidade do transporte na região que permitirá reduzir as emissões de carbono, aumentar a eficiência operacional e impulsionar o desenvolvimento regional com o acesso a oportunidades de trabalho, educação e turismo. Por sua vez, na busca constante por soluções para o novo aeroporto há mais de 50 anos, deparamo-nos com uma oportunidade de ouro: o aeroporto de Beja. Neste contexto, torna-se imperativo explorar plenamente todas as suas vertentes, afastando assim o cenário caótico que atualmente se vive em Lisboa, e destacá-lo como uma alternativa viável para as viagens de longo curso, assim como fator de desenvolvimento económico regional. Por fim, a gestão eficiente dos recursos hídricos é uma prioridade incontornável na região do Alentejo, onde enfrentamos desafios significativos relacionados à perda de água nas redes. Desta forma, é necessário investir na modernização e manutenção dessas infraestruturas, com reservatórios modernos e sistemas de captação de água da chuva. Também o estabelecimento de parcerias entre entidades públicas e privadas pode ser uma estratégia eficaz para impulsionar a eficiência hídrica.

 

O distrito tem vindo a perder eleitores, elege apenas três deputados e a abstenção continua acima dos 40 por cento. Como é que se poderá “dar peso” à região junto dos poderes de decisão?

É necessário adotar uma abordagem multifacetada que envolva reformas eleitorais, promoção da participação cívica, advocacia regional ativa e descentralização. O desafio de revitalizar a representatividade de Beja é um chamado à ação para todos os intervenientes políticos, independentemente das afiliações partidárias, visando um sistema mais inclusivo e equitativo. Uma revisão da distribuição de deputados, considerando as mudanças demográficas, pode ser uma medida eficaz para dar voz proporcional à população local, assegurando uma representação mais justa no panorama político nacional, criando assim mais interesse não só das pessoas como de quem elas escolhem para que as representem. Ao unirmos esforços, podemos garantir que Beja seja verdadeiramente ouvida e representada nas decisões que moldam o futuro do País.

 

O que será um bom resultado, no círculo de Beja, para o seu partido, nas Legislativas de 10 de março?

Numa jornada de construção política, o nosso foco primordial é partilhar a nossa visão para o País e, no meu caso, para Beja, valorizando as riquezas que a região oferece. Estamos cientes dos desafios, reconhecemos que a tarefa de conquistar representação é muito difícil, mas a nossa jornada é uma maratona, e não um sprint. As nossas ideias são alicerçadas na valorização do melhor que Beja tem a oferecer, desde as tradições culturais às potencialidades económicas, e acreditamos que ao destacar e investir nestes pilares podemos transformar positivamente a vida dos que aqui residem. Sabemos que a eleição pode ser uma tarefa alcantilada, mas o nosso compromisso é a longo prazo. Estamos a construir um partido com raízes profundas na comunidade e ao centro, baseando-nos na escuta ativa e na colaboração para entender e abordar as necessidades específicas de Beja e de Portugal.

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