Diário do Alentejo

“Ao longo dos anos, Bem tem afirmado um percurso no domínio da nona arte”

06 de outubro 2023 - 12:10
Foto| DRFoto| DR

Três Perguntas a Paulo Monteiro, membro da Associação para a Defesa do Património Cultural da Região de Beja (ADPBeja) e responsável pelo Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja.

 

A propósito do recente Prémio de Banda Desenhada Portugal 2050, um projeto governamental criado em pelo Lab 2050 em parceria com a ADPBeja, que sob o mote “em que mundo queres viver?” desafia os autores de banda desenhada (BD) a refletir acerca do que se deseja para o ano 2050 o “Diário do Alentejo” conversou com um dos membros da ADPBeja e o responsável pelo Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, Paulo Monteiro, acerca não só do conceito desta iniciativa, como também da importância social e cultural junto das populações que o Governo está a reconhecer à nona arte e o seu significado para a cidade bejense. As candidaturas ao prémio decorrem até ao dia 15 deste mês.

 

Texto | José Serrano

 

Criado pelo projeto governamental Lab 2050 em parceria com a ADPBeja e com o mote “em que mundo queres viver?”, foi recentemente apresentado o Prémio de Banda Desenhada Portugal 2050, que desafia os autores de banda desenhada (BD) a refletir acerca do que se deseja para o ano 2050. Como nos apresenta esta iniciativa, que recebe candidaturas até ao dia 15 deste mês?

Esta iniciativa conjunta, entre a Lab 2050 e a ADPBeja, o que quer propor, no fundo, é uma visão do futuro. Não uma visão com base no presente, não uma visão mais ou menos sorridente do futuro, mas uma visão daquilo que nós gostaríamos que fosse o futuro possível de poder ser construído pelas sociedades. É essa a ideia. Mais do que fazer futurologia, pretende-se que sejam lançadas propostas e ideias, tentando corresponder a um determinado ideal que não deixa de trazer consigo alguma utopia.

 

A participação institucional do Governo, em articulação com a ADPBeja, revela o reconhecimento formal da importância social e cultural que a nona arte pode ter junto das populações?

Sim. Esta participação do Governo e esta relação com a BD não deixa de ser significativa. Não se pode dizer que se trata do reconhecimento, por parte das instituições oficiais, daquilo que a BD pode fazer em termos comunicacionais, junto das populações, porque isso já acontece há muito tempo. Mas é mais uma prova de que a BD, por ser uma arte eminentemente visual, pode criar uma relação muito imediata com os leitores, uma relação muito epidérmica. Se calhar é, um bocadinho, essa a ideia, pois a BD acaba por ser o meio ideal para transmitir algumas questões.

 

O que significa para a cidade de Beja a criação deste prémio, que tem a ADPBeja como entidade parceira?

Esta relação da Lab 2050 com a ADPBeja representa, fundamentalmente, a importância de Beja no contexto da BD nacional. Isto tem a ver com a realização do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, a Bedeteca de Beja, o coletivo Toupeira  –  Ateliê de BD, as exposições que vamos fazendo, um pouco, por todo o País e no estrangeiro, as conferências, as idas às escolas, tudo isto.  Ao longo dos anos, Beja tem, realmente, afirmado um percurso com alguma importância no domínio da nona arte. Daí o facto de a cidade ser apontada, muitas vezes, como o parceiro ideal ou importante quando se fala de BD. José Serrano

Comentários