Diário do Alentejo

Comunistas e bloquistas reivindicam melhores condições de saúde para o Baixo Alentejo

14 de julho 2023 - 10:30
PCP considera que visita do ministro da Saúde a Beja não respondeu aos “muitos problemas existentes”. BE acentua necessidade de o hospital de Serpa voltar a ser “plenamente integrado no SNS”
Foto | Ricardo ZambujoFoto | Ricardo Zambujo

Acerca da recente visita do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, à região, o PCP considera que da deslocação não terá resultado uma “única proposta concreta para as muitas situações da grave realidade”, na área, existente no território. Por seu turno, o BE, após a recente morte de um cidadão à porta das urgências, fechada, do hospital de Serpa, questiona a responsabilidade, no ocorrido, da santa casa da misericórdia local e acentua a necessidade de a unidade voltar a ser plenamente integrada no Serviço Nacional de Saúde.

 

A  Direção da Organização Regional de Beja do PCP  (Dorbe) critica a visita, ao distrito de Beja, do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, no passado dia 3, considerando que do périplo do governante pelo território, “correndo de um lado para o outro durante um dia de curtíssimas deslocações a municípios e unidades de saúde”, não proveio, daí, “nada que responda aos muitos problemas existentes” na região.

 

Uma deslocação, no âmbito da iniciativa “Saúde Aberta”, que, de acordo com a Dorbe, não terá resultado na apresentação “de uma única proposta concreta para as muitas situações da sofrida e grave realidade”, no âmbito da área da Saúde, que se vem arrastando, no território, desde “há tantos anos”.

 

Dando os exemplos das debilidades do Hospital de São Paulo, em Serpa (onde, no passado dia 30 de junho, faleceu um homem, à porta do serviço de Urgência, que se encontrava encerrado por falta de médico), da falta de condições reunidas para a prestação de serviços” no Centro de Saúde de Moura e da necessidade da ampliação do hospital de Beja, os comunistas afirmam que o Governo não pode continuar “a ignorar a região” e os “graves problemas” nela existentes, não decidindo “nada de concreto” e abandonando, “mais uma vez”, as suas populações.

 

Por seu turno, o Bloco de Esquerda (BE), a propósito da referida morte – “a vítima esteve uma hora à espera de assistência” –, através do seu grupo parlamentar, questionou o ministro da Saúde, no passado dia 7, sobre as responsabilidades que “serão assacadas à Santa Casa da Misericórdia de Serpa, que tinha a obrigação de ter este serviço em funcionamento”.

 

Considerando que a entrega da gestão deste hospital, em novembro de 2014, a esta instituição social local, “tem sido um desastre para a população e uma barreira ao direito de acesso à saúde”, o BE entende que os serviços e a assistência prestada pelo hospital de Serpa têm ficado “muito aquém das necessidades da população”, com a situação no concelho a ser marcada “por um litígio crescente com a unidade local de saúde, tendo a santa casa ameaçado, de forma reiterada, com encerramento de serviços que objetivamente prejudicaram a população”.

 

O BE manifesta, ainda, que a Santa Casa da Misericórdia de Serpa, que tem a “obrigação de garantir o funcionamento permanente deste serviço de urgência”, falhou, “desrespeitando deliberadamente o acordo” que tem com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), provando não ser “entidade credível para gerir um hospital.

 

Desta forma, evidenciam os bloquistas, deve o hospital de Serpa voltar à gestão pública, “plenamente integrado no SNS” e beneficiar de um “projeto de investimento e requalificação”.

 

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