Diário do Alentejo

Rede de Freguesias Vinhateiras apresentou-se em Vila de Frades

25 de dezembro 2022 - 11:00
Projeto pretende valorizar o mundo rural e levar os turistas mais perto dos locais onde se faz a produção do vinho
Foto | Ricardo ZambujoFoto | Ricardo Zambujo

Vila de Frades, foi o local escolhido pela Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) para o lançamento da Rede de Freguesias Vinhateiras. Aconteceu durante a Vitifrades, no passado dia 10 de dezembro, e já conta com cerca de duas centenas de autarquias no roteiro.

 

Texto Aníbal Fernandes

 

Diogo Conqueiro, presidente da Junta de Freguesia de Vila de Frades, Vidigueira, diz que a criação da Rede de Freguesias Vinhateiras tem como objetivo envolver as autarquias e promover nacionalmente um roteiro para os locais de origem da produção dos vinhos.

 

A intenção da AMPV é a de aumentar o foco não apenas nos concelhos onde a vinha e o vinho são uma marca local distintiva e criar uma rede nacional. “Vidigueira não é Vila de Frades, assim como Mora não é Cabeção”, exemplifica o autarca.

 

A AMPV diz que o projeto “visa valorizar e promover o mundo rural, impulsionar o turismo e fomentar o desenvolvimento sustentável e as potencialidades turísticas e socioeconómicas das aldeias/freguesias associadas”, através da divulgação de uma rede nacional de aldeias com tradição vitivinícola, corticeira e olivícola.

 

As freguesias aderentes garantirão presença no portal enoturismo.pt afirmando-se como um “destino ecoturístico” e beneficiarão da promoção integrada dos territórios de baixa densidade valorizando os seus recursos endógenos.

 

A rede das aldeias vinhateiras de Portugal, que conta já com cerca de 200 freguesias em territórios com tradição vitivinícola, olivícola e corticeira, “pretende contribuir para a valorização do património, fomentar o desenvolvimento sustentável e impulsionar o turismo de forma integrada em todo o território nacional”, disse José Arruda, secretário-geral da AMPV, que agrega 122 municípios no total.

A ideia surgiu da experiência da rede de aldeias vinhateiras do Douro, que nasceu em 2010. “São seis aldeias e nós, a partir dessa experiência, achámos que era interessante haver a nível nacional um projeto que pudéssemos levar a todo o País, porque nos apercebemos de que existem nas nossas freguesias, nas nossas aldeias, muitas iniciativas ligadas às áreas do vinho”, explicou o dirigente da AMPV.

 

José Arruda espera ainda que esta rede “venha dar a conhecer o que existe nas aldeias, quer em termos de produção, de produtores de vinho ou de azeite, na restauração, no turismo rural, nos museus, nos queijos ou nas padarias”.

 

O projeto integrará, numa secção própria, a AMPV, à semelhança de outras secções, como a dos museus do vinho. Segundo José Arruda, a rede está ainda no início, mas em 2023 marcará o arranque efetivo com uma série de ações a divulgar. Neste momento, trata-se de fazer “o levantamento dos que querem participar no projeto. Temos cerca de 200 freguesias de todo o país. Temos freguesias muito rurais e outras mais urbanas, como, por exemplo, Bucelas, em Loures, ligada à área do vinho, e também Carcavelos, em Cascais, com o vinho de Carcavelos. Há vários tipos de ofertas que serão complementares”, destacou.

 

O secretário-geral da AMPV disse também que com esta rede se pretende criar um projeto nacional integrado e estruturado que possa “sustentar a elaboração de candidaturas para captação de financiamento para requalificar e dinamizar as aldeias” com um âmbito regional. É partir do particular para o geral: “a tipologia da nossa rede será começando das freguesias, indo aos municípios e depois às 14 regiões vitivinícolas do país. Vamos procurar, em termos regionais, fazer candidaturas para a reabilitação das próprias aldeias e para a promoção de eventos”, realçou.

 

A gastronomia tradicional também fará parte do menu e estão a ser preparados alguns projetos nesse sentido.

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