Diário do Alentejo

Bloco de Esquerda preocupado com a saúde no Baixo Alentejo

31 de maio 2022 - 12:27
“Este é o momento de investir no SNS, porque só o investimento no SNS é capaz de responder pelo direito à saúde de toda a população”
Foto | Ana FerreiraFoto | Ana Ferreira

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, em visita ao serviço de psiquiatria do Hospital de Beja, confirmou a sua posição quanto à reconversão do Hospital de São Paulo “para a esfera pública” e criticou a falta da ampliação do Hospital de Beja no Orçamento de Estado de 2022.

 

Texto Ana Filipa Sousa de Sousa

 

Catarina Martins, na visita ao serviço de psiquiatria do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, tornou a deixar clara a sua posição quanto aos problemas existentes na área da saúde do Baixo Alentejo, em especial a situação do Hospital de São Paulo, em Serpa. Para a deputada, “foi um erro desde o início” a entrega da gestão do hospital à Santa Casa da Misericórdia de Serpa e que a confirmação está à vista, já que, “neste momento, corre tudo mal, tanto para os utentes, como para os profissionais”. A solução, segundo a coordenadora do BE, é o “resgate para a esfera pública” da unidade de saúde”.

 

 

A deputada confirmou ainda que, além de ter entregado à Assembleia da República esta proposta de reconversão, remeteu, no âmbito do Orçamento de Estado (OE), propostas de abertura de vagas carenciadas “em todos os locais onde elas existem e não apenas uma percentagem”, contrariamente ao que aconteceu na última vez. “Neste hospital apenas metade das necessidades identificadas foram consideradas vagas carenciadas e, ainda por cima, com uma limitação do hospital, da sua autonomia, para contratar conforme as áreas que mais precisa”, revelou. Uma dessas áreas é a de psiquiatria, onde, apesar do número de casos ter triplicado durante e após a pandemia da covid-19, a equipa continua desfalcada e a necessitar de psiquiatras e pedopsiquiatras “desde há vários anos”.

 

 

“NADA VALE DIZER QUE O OE SERÁ REVOLVIDO PELO PRR”

Ainda durante a visita, a deputada teceu duras críticas às promessas feitas pelo Partido Socialista (PS) para a segunda fase da ampliação do Hospital de Beja, que não consta no OE de 2022, e ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Para Catarina Martins, “não vale dizer que o OE será resolvido pelo PRR e os seus investimentos, porque estes são em equipamentos e os equipamentos e o SNS não funcionam sem gente”. “Aqui [em Beja] nós temos um exemplo do que é um OE que não cumpre com o que são as intenções anunciadas. O hospital tem um processo de ampliação que se prolonga há muitos anos e que não aconteceu. E neste OE nem está previsto o projeto desta segunda fase de ampliação”.

 

 

PS PRIORIZA AMPLIAÇÃO DO HOSPITAL

Também Nelson Brito, deputado socialista eleito pelo círculo de Beja, enviou, durante esta semana, um requerimento à ministra da Saúde, Marta Temido, sobre a atual situação da saúde no Baixo Alentejo. Neste menciona a urgência em “dotar a região de melhores condições de saúde”, sendo “absolutamente prioritário avançar com a construção imediata da segunda fase do Hospital José Joaquim Fernandes”. Além disso, para Nelson Brito, a falta de profissionais de saúde, principalmente médicos de saúde pública, especialistas em cuidados de saúde primários de medicina geral ou familiar e especialistas em área hospitalar, é uma das questões que tem de ser resolvida, com medidas e modelos de atração “criativos e inovadores” que permitam fixar esses clínicos. O deputado socialista pede também a existência de um protocolo entre a Câmara Municipal de Beja e a Administração Regional de Saúde a propósito do Centro de Respostas Integradas distrital, um investimento nos cuidados paliativos, um aumento da rede de cuidados continuados e uma melhoria das respostas dados à saúde mental.

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