Diário do Alentejo

Legislativas: Saúde e acessibilidade são prioridades para Beja

28 de janeiro 2022 - 19:00
Pedro do Carmo (PS) | João Dias (CDU) | Henrique Silvestre Ferreira (PSD) | José Estevens (BE)Pedro do Carmo (PS) | João Dias (CDU) | Henrique Silvestre Ferreira (PSD) | José Estevens (BE)

Os cabeças-de-lista do Partido Socialista (PS), Coligação Democrática Unitária (CDU), Partido Social Democrática (PSD) e Bloco de Esquerda (BE) pelo círculo de Beja às Legislativas do próximo domingo, dia 30 elegem a ampliação da segunda fase do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, e a concretização dos projetos rodoviários e ferroviários previstos como as grandes prioridades para a região.

 

Texto Nélia Pedrosa

 

Assegurar “a ampliação da segunda fase do hospital de Beja”, para a qual “existe a garantia de financiamento de fundos comunitários de 30 milhões de euros”, e “fazer o acompanhamento” das acessibilidades rodoviárias e ferroviárias são as prioridades para o distrito de Beja, segundo o cabeça-de-lista do PS às Legislativas do próximo dia 30 pelo círculo eleitoral de Beja, Pedro do Carmo.

 

“Assegurar a ampliação do hospital distrital de Beja, coadjuvada com um conjunto de investimentos na área da saúde, será o nosso forte empenho”, assim como “ acompanhar as acessibilidades, uma vez que essa foi uma batalha desta última legislatura, que foi abruptamente interrompida, mas em que efetivamente se garantiu a questão da ferrovia, das acessibilidades à capital de distrito, nomeadamente, o IP8, o terminar da A26 até Ferreira do Alentejo, não esquecendo o forte investimento que ainda é necessário fazer, e em que também nos empenharemos, de Beja até à fronteira [de Vila Verde de Ficalho] ”, diz o atual deputado socialista em declarações do “Diário do Alentejo”.

 

De acordo com o candidato, sendo “o círculo eleitoral de Beja uma região do interior, é necessário fixar mais população, aumentar a população residente, pelo que as duas formas que existem [para que tal se concretize] é realmente a garantia de bons cuidados de saúde, a garantia de um bom acompanhamento ao nível da saúde, e também de melhores acessibilidades que permitam a mobilidade entre os vários distritos e por todo o País”. O cabeça-de-lista sublinha, no entanto, que “estes projetos não começam do ar” e que “tem sido feito muito trabalho nesta área”. “Efetivamente, estamos no caminho correto”, afirma.

 

João Dias, que volta a ser o cabeça-de-lista pela CDU ao círculo de Beja, elege igualmente as acessibilidades e a saúde como áreas prioritárias para a região. Os projetos estruturantes respeitantes “às acessibilidades têm de ser concretizados, porque estamos a entrar numa situação que podemos apelidar já de calamidade, ou seja, em termos rodoviários, o IP8 é uma desgraça e não vai lá com remendos, as obras têm, de facto, de ser concluídas, mas também a eletrificação da ferrovia até Beja e a própria dinamização e potenciação do aeroporto de Beja precisam de investimento a sério e não só conversas de circunstância. Não é um favor que nos fazem, é um direito que temos, o direito à mobilidade, às acessibilidades”, diz o atual deputado comunista, sublinhando que, através dos projetos estruturantes, será possível “com- bater o despovoamento” e criar condições “de desenvolvimento económico e social” no distrito.

 

Na área da saúde, prossegue, é urgente “um investimento ao nível hospitalar”, por forma “a acabar com os contentores, a ter uma consulta externa digna, uma urgência e um bloco operatório que respondam às necessidades do distrito, um equipamento de ressonância magnética”. Condições necessárias para “fixar os profissionais de saúde” na região, diz.

 

João Dias considera ainda preocupante, ao nível dos Cuidados de Saúde Primários, o facto de se estar “na iminência de cerca de 60 por cento” da população do distrito “vir a ficar sem médico de família”, e de, no que concerne aos Cuidados Continuados Integrados, as unidades existentes “não responderem às necessidades”.

 

“A saúde é um dos pontos principais. Nos últimos seis anos a região tem perdido médicos. Em relação à ampliação do hospital de Beja tem havido muitas promessas, mas que não têm sido cumpridas. O hospital de Beja precisa realmente de uma ampliação, de uma modernização dos seus equipamentos”, diz, por sua vez, o cabeça-de-lista pelo PSD, Henrique Silvestre Ferreira. E prossegue: “A saúde está muito fragilizada, o investimento que foi feito [na região] foi muito pequeno, é preciso olhar para a saúde dos baixo-alentejanos com muita atenção, com olhos no futuro. Precisamos de trazer mais médicos para o nosso distrito. Assusta-nos muito as notícias que vieram a público de falta de médicos em Ferreira do Alentejo e Serpa, isso demonstra que os médicos estão a reformar-se e que não se estão a renovar porque os jovens não se estão a fixar na nossa região, portanto, vamos debater-nos muito por isso”.

 

Ao nível das acessibilidades, outra das áreas consideradas fundamentais, diz o candidato que nas últimas Legislativas já tinha encabeçado a lista do PSD pelo círculo de Beja, “nos últimos dois anos” continuaram a ser feitas “promessas atrás de promessas”. “Os baixo-alentejanos estão cansados das promessas relativas ao IP8, à autoestrada de Sines a Ficalho, à eletrificação da linha férrea até Lisboa. Com a economia do Baixo Alentejo a desenvolver-se, sem dúvida nenhuma que estes acessos têm de ser concretizados”, refere Henrique Silvestre Ferreira, adiantando que “certa- mente, assim, será mais fácil fixar pessoas”.

 

O cabeça-de-lista do Bloco de Esquerda (BE) coloca igualmente no topo das prioridades para o distrito de Beja “a construção da segunda fase do hospital, que está prometida há muitas décadas”, e a “eletrificação da linha ferroviária” entre Casa Branca e Beja.

 

“A saúde no distrito de Beja está completamente depauperada e as acessibilidades estão exatamente na mesma situação, ou seja, se queremos um distrito desenvolvido temos de apostar no desenvolvimento destas áreas, assim como noutras, porque entendemos que são fundamentais. Sem a eletrificação da linha ferroviária e sem melhores cuidados de saúde dificilmente o distrito se desenvolverá”, diz José Estevens.

 

PSD E BE DEFENDEM “PLURALISMOS” NA ASSEMBLEIA DA RÉPUBLICA

Para o cabeça-de-lista do PS, um bom resultado distrital no próximo dia 30 será o partido “ganhar com uma margem muito significativa”, á semelhança “do que aconteceu nas últimas legislatura”, mantendo assim, os dois deputados eleitos. “Prevejo que haja condições para repetir essa votação, até pelo empenho que tivemos em prol da região, pelo que o PS fez por esta região”, afirma Pedro do Carmo.

 

João Dias, o candidato da CDU, refere, por seu turno, que um bom resultado “seria o reforço da votação na CDU” e a reeleição do seu deputado. “Que o seu deputado eleito seja reforçado em número de votos para que na Assembleia da Republica (AR) seja reforçada a defesa daquilo que são os interesses do distrito. E é de facto da eleição de deputados para a AR que se trata – três no caso do círculo de Beja -, ou seja, não é de primeiros-ministros.

 

Considerando que, “historicamente, o PS e a CDU” têm assegurada a eleição de um deputado cada, a questão, diz o cabeça-de-lista do PSD, coloca-se ao nível do terceiro deputado pelo PS ou um documento do PSD. Um bom resultado seria ter um deputado do PSD e é nesse objetivo que estamos focados”, diz Henrique Silvestre Ferreira, sublinhando que “é muito interessante para a região ter os três partidos representados partidos diferentes”.

 

Idêntica opinião tem o candidato do BE, José Esteves: “Um bom resultado seria eleger um de- putado, é esse o objetivo. Este é um distrito de esquerda, muito demo- crático, muito livre e entendemos que sendo três os deputados a eleger por Beja devem ser três as forças políticas representadas, a isso chamamos pluralismo. Basta um porta-voz por partido. O que entendemos é que quanto mais diversificado for o espetro político, mais as pessoas se sentirão representadas. Seguramente que a região só terá a ganhar com isso”.

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