Entrevista com Alberto Matos, mandatário da candidatura de Marisa Matias
Quais as áreas que considera prioritárias para o desenvolvimento do Alentejo?
O desenvolvimento do Alentejo só é possível se for multifacetado. Infelizmente, o sucedâneo das campanhas do trigo de Salazar e do latifúndio de sequeiro são as monoculturas superintensivas do novo latifúndio de regadio que se apropriou do investimento público no projeto de fins múltiplos de Alqueva e à custa da exploração de mão de obra sazonal imigrante, em condições que roçam a escravatura. Desenvolvimento sustentável implica diversificação agrícola, combate à pobreza energética e às alterações climáticas, uma transição económica que promova a justiça social e reduza as desigualdades. Desenvolvimento terá de ser sinónimo de trabalho com direitos, acabando com a precariedade dos falsos recibos verdes e a mentira dos “sócios-gerentes”.
Se a candidata que apoia for eleita, de que forma poderá contribuir para esse desígnio?
A/o Presidente da República tem um enorme poder de influência e deve exercer a pedagogia democrática. Marisa Matias tem uma grande sensibilidade e experiência política, até no plano europeu e mundial. Teve presenças regulares no distrito, nomeadamente no Encontro Alentejo-Andaluzia sobre as monoculturas; já como candidata esteve em Fortes (Ferreira do Alentejo) e em Mértola, expoente da valorização da cultura como fator de desenvolvimento.
O que considerará ser um bom resultado eleitoral, no distrito de Beja?
Em 2021 queremos consolidar os resultados alcançados em 2016.
Porque decidiu apoiar esta candidatura presidencial?
Para além de convivermos na Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, a Marisa Matias é uma mulher de causas com que me identifico, como os refugiados e a imigração.