Diário do Alentejo

Morreu Manuel Fialho, destacado gastrónomo alentejano

26 de março 2020 - 09:00

Tinha 81 anos. Morreu esta quarta-feira, vítima de doença prolongada. "Morreu o maior gastrónomo alentejano de todos os tempos”, escreve Fernando Melo, no Diário de Notícias, classificando Manuel Fialho como “o grande conservadores de saberes do Alentejo”.

 

Fundador do restaurante Fialho, em Évora, juntamente com os seus dois irmãos, Gabriel (já falecido) e Amor, Manuel Fialho nasceu em Évora  5 de maio de 1938. "Dedicou quase toda a sua vida ao levantamento dos pratos vivos no seio das famílias alentejanas, certo de que iria encontrar-lhe matriz e sistematização. Utilizou uma estratégia semelhante à da sua dileta amiga Maria de Lourdes Modesto, promovendo concursos de culinária e doçaria ao mesmo tempo que criava um imenso e farto repositório da cozinha alentejana tal como era praticada nos lares do imenso Alentejo”, recorda Fernando Melo. "Nesse processo longo atraiu especialistas de todas as áreas, percorreu o território, sentou-se à mesa e registou momentos únicos com os autores rústicos da cozinha alentejana”.

 

Faleceu hoje um grande senhor,um enorme amigo que muito fez pelo nosso Alentejo”, diz o presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo, António Ceia da Silva. “Foi uma grande referência não só para o Turismo do Alentejo, mas também de Portugal. Nunca teremos a noção daquilo que efetivamente lhe ficámos a dever. Mas, principalmente, foi um grande amigo, um companheiro de luta”, acrescentou.

 

Além da gastronomia, ou por causa dela, Manuel Fialho integrou várias equipas diretivas da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e foi um dos fundadores da Agência de Promoção Turística do Alentejo (ARPTA), tendo sido co-autor de diversas obras, entre as quais Carta Gastronómica do Alentejo.

 

“O Alentejo perde uma figura de vulto que tanto contribuiu para a gastronomia, a cultura e o turismo do Alentejo”, referiu o presidente da ARPTA, Vítor Silva, acrescentando que “embora hoje o Alentejo fique órfão de uma figura amada e admirada por muitos, Manuel Fialho deixa muitos discípulos numa geração de cozinheiros que, através do seu trabalho, lhe prestarão uma homenagem diária”.

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