Texto | António Catarino
Nos campos ao redor de Ourique terá sido travada histórica batalha em julho de 1139 entre as tropas de D. Afonso Henriques e o exército almorávida. A vitória na peleja, cujo local exato é objeto de várias teorias, levou o fundador da nacionalidade a autoproclamar-se, ainda no local da refrega, rei de Portugal, título só reconhecido pelo tratado de Zamora, em 1143.
Na toponímia da vila onde impera a pacatez, que transmite benéfica sensação de tranquilidade, o histórico acontecimento está consagrado: a rua Batalha de Ourique é uma das artérias centrais onde está situado um restaurante de matriz tradicional: a Adega do Monte Velho é local para saborear pratos da cozinha regional.
É uma espécie de lema da casa, que apresenta como especialidade as carnes de porco alentejano. O reco de cor preta é criado no montado, alimentando-se de bolota, o que confere uma textura e um sabor únicos à carne.
Para começo de função, sabores regionais de entrada, bastante apreciados: azeitonas; paio; manteiga de cabra ou de ovelha; linguiça ou chouriço assado; presunto pata negra; torresmo do rissol; lombo na banha. Os queijos – cabra fresco, ovelha curado e Serpa de entorna – também constam neste capítulo.
Um início entusiasmante, com intenso sabor a Alentejo, preâmbulo de uma refeição em que o borrego estufado pode ser a opção do dia, corporizando uma oferta em que dominam as carnes, com destaque para as opções de vitela: costeleta Tomawak – cerca de um quilo para duas pessoas – e o lombinho frito com alho em azeite.
A vitela maturada preenche outro apetitoso capítulo em que surgem outras propostas: costeleta, vazia, entrecôte e T-Bone.
As sugestões são variadas, sobressaindo o bife e o lombinho, ambos de vitela, e a picanha, oriunda dos Estados Unidos.
As costeletas de borrego em azeite e alho acolitadas com as tradicionais migas de espargos – bem confecionadas – foram a opção e justificaram, plenamente, a escolha.
Outros acompanhamentos mais corriqueiros – legumes salteados, arroz, batata frita ou saladas – são alternativa às migas.
A carta de vinhos, bastante extensa, é preenchida, praticamente, com referências alentejanas de qualidade, com os tintos, que surgem em maior número.
Serviço simpático na Adega do Monte Velho, em Ourique.