Diário do Alentejo

Rede de Bibliotecas: José Francisco Colaço Guerreiro

30 de julho 2024 - 08:00
Foto | Ricardo Zambujo

José Francisco Colaço Guerreiro nasceu no ano de 1954 em Castro Verde e licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa. Foi advogado, notário e conservador dos registos de Almodôvar e Castro Verde. Fundou e constituiu várias entidades em prol da defesa, do estudo e da promoção das artes e da cultura e do cante em particular, na região de Castro Verde e no Alentejo. Em 1987 integrou o grupo fundador da Cortiçol – Cooperativa de Informação e Cultura, proprietária da “Rádio Castrense”, na qual é responsável e apresentador do “Programa Património”.

Colaborou nos jornais “Diário do Alentejo”, “Campaniço” e “Campo”. Foi fundador da MODA – Associação do Cante Alentejano. É coordenador do Centro de Documentação do Cante Alentejano de Castro Verde e do Observatório do Cante Alentejano de Castro Verde, do qual foi mentor. Foi presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), fundador da APS – Associação de Promoção da Saúde e coordenador da extensão da Liga Portuguesa Contra o Cancro, em Castro Verde.

Em 2020, publicou o seu primeiro livro Descantes, um valioso contributo para o conhecimento da identidade cultural do Alentejo, fruto de um incessante trabalho de investigação e compilação de textos, efetuada ao longo de décadas. Uma edição do Grupo Narrativa, integrada na coleção “Falas Alentejanas”, que é um convite para uma reflexão atenta sobre o cante nas suas várias dimensões, através do olhar presente e apaixonado de um dos mais empenhados e entusiastas defensores do património imaterial no concelho e na região.

Em abril deste ano, José Francisco Colaço Guerreiro, homem comprometido com a terra, lança nova publicação, intitulada Manifesto de Sonho e Tristeza. Compromisso que traduziu em textos, ensaios, crónicas e contos que mergulham o leitor nas vidas de sacrifício das personagens por si criadas. O livro é o resultado de meia centena de crónicas escolhidas e (re)publicadas no “Diário do Alentejo” antes do 25 de abril de 1974, quando o autor contava menos de 20 anos. Uma edição do Grupo Narrativa, no ano em que se assinalam 50 anos de vida em democracia, onde o autor retrata temas como a vida das gentes pobres, os trabalhos no campo, a necessidade de procurar outras paragens em busca do pão, o drama da emigração ou a guerra colonial. A estas temáticas juntam-se escritos sobre figuras da terra, a paixão pelo Alentejo, a Feira de Castro, as tradições como as matanças, o canto das Janeiras ou os jogos como o pião, tendo sempre presente o contexto social e económico da época de grande negritude.

Manifesto de Sonho e Tristeza  terá um “sucessor”, intitulado Escritos de Sonho e Esperança, com algumas das suas crónicas editadas após o 25 de Abril.

A par desta obra, o autor está a trabalhar no livro No Princípio era a Poesia (Contributo para a Salvaguarda do Cante), a editar por ocasião das comemorações do 10.º aniversário da classificação do cante alentejano como Património Imaterial da Humanidade da Unesco.

Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca – Castro Verde

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