Texto António Catarino
O Campo Branco, território de eleição da abetarda, a rainha da estepe, onde esvoaçam peneireiros-das-torres, grous ou cegonhas- -brancas sobre a vasta planura sul-alentejana, é região privilegiada para observar as mais variadas espécies de aves.
O alvo casario de Castro Verde emerge naquele “oceano de terra, austero e viril”, como lhe chamou o incomparável Miguel Torga. Na vila, destaca-se a imponente igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a denominada Basílica Real, reconstruída no século XVIII por iniciativa de D. João V.
No interior, muito rico em talha dourada e painéis de azulejos, alguns retratam a lendária batalha de Ourique, peleja em que intervieram as tropas de D. Afonso Henriques, em 1139. Perto da igreja que alberga valiosas peças de arte religiosa, e é ex-libris monumental da vila alentejana, o Castro Restaurante é boa opção para saborear alguns pratos da cozinha alentejana, baseados no receituário das gentes campaniças.
A cozinha dos sabores da terra carateriza o restaurante aberto em 1995 e localizado no 1.º andar do n.º 1 da rua Fialho de Almeida. Na sala, ampla e confortável, destaca-se a decoração moderna.Nas entradas, queijos e enchidos de qualidade marcam pontos.
As migas de espargos são a especialidade da casa: confecionadas com pão de muito boa qualidade, podem acompanhar o chambão de borrego no forno ou, com mais frequência, carne do alguidar e lagartos de porco preto. Os lombinhos com camarão à casa, a carne de porco com amêijoas, sopas de tomate ou bacalhau em lascas, espiritual ou à lagareiro, são eventuais propostas que podem constar da lista, que apresenta dois pratos diferentes no capítulo de sugestões diárias.
O sushi, habitualmente à sexta-feira, é outra das especialidades deste restaurante onde, nas sobremesas, brilha a doçaria regional.
Na garrafeira, destacam-se os vinhos alentejanos. Serviço simpático no Castro Restaurante, em Castro Verde.