Diário do Alentejo

À Mesa: “Tem Avondo” expressa caráter alentejano

15 de maio 2023 - 14:00
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Texto António Catarino

 

O convento de Nossa Senhora da Conceição, mandado construir, em 1459, pelos duques de Beja, o infante D. Fernando e D. Beatriz, pais da rainha D. Leonor e do rei D. Manuel I, é um dos ex-libris monumentais da capital do Baixo Alentejo. O portal gótico flamejante da igreja é um elemento distintivo do convento, que hoje acolhe o Museu Regional de Beja Rainha D. Leonor.

 

O visitante pode apreciar um valioso espólio de azulejaria, arte sacra, pintura e arqueologia e ver a famosa janela gradeada, que evoca a paixão de sóror Mariana Alcoforado por Noel Bouton de Chamilly, oficial francês envolvido na Guerra da Restauração.

 

Perto do museu e junto ao jardim fronteiro ao Palácio da Justiça, no centro histórico da cidade, o nome de um restaurante expressa alma regional: o “Tem Avondo” é uma casa onde mora a simplicidade e uma cozinha caseira, sem rodriguinhos e com bons sabores.

 

Para começo de função, à laia de entradas, há boas sugestões: queijo de ovelha gratinado com mel, orégãos e tostas ou cogumelos salteados ao alho e alecrim. Outras propostas neste domínio são queijo de cabra fresco com azeite, paio e presunto de porco preto. Na ementa, são várias as propostas enunciadas: robalo do mar para grelhar e, para duas pessoas, bacalhau assado à lagareiro.

 

Em termos de pratos de carne, referência ao lombinho fatiado na grelha com ou sem camarão; escalopes e bifinhos de frango com natas; secretos de porco preto na grelha. Para duas pessoas, mista de porco preto.

 

As sugestões diárias, sempre variadas e a preços mais acessíveis, são uma aposta do restaurante, que apresenta alguns clássicos alentejanos, embora sem terem dia certo: sopas de cação, muito saborosas, a revelarem apurada culinária; ensopado de borrego; caldo de beldroegas com bacalhau, queijo de cabra e ovo. Neste capítulo, há outros pratos habituais, em especial, pescada frita com arroz de feijão branco e espinafres; carne fritas com migas; cabidela de frango do campo; entrecosto no forno; coelho frito; e iscas com elas.

 

 

Sabores da tradição à mesa deste restaurante com garrafeira preenchida, praticamente, em exclusivo, com referências da região e serviço de vinho a copo. Serviço simpático nesta casa com uma boa relação preço-qualidade.

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