Texto António Catarino
«Vai ao monte», -- a expressão terá estado na origem do topónimo Vaiamonte, freguesia do concelho de Monforte.
Na base, está a existência, nas proximidades da localidade, de um cabeço, onde terá sido construído um povoado na 2.ª Idade do Ferro e depois edificada, em pleno século XIII, a aldeia, nos terrenos doados por D. Sancho II à Ordem de Avis.
E assim, «vai ao monte», ou seja, ao outeiro dos arredores, acabou por dar Vaiamonte, onde está a Taberna Tintos e Petiscos, liderada pelo casal Fátima e Joaquim Ramalho, senhores de arte e engenho para transformar em saborosos pitéus o melhor que a rica e diversificada gastronomia alentejana proporciona.
A mudança para um novo e mais desafogado espaço, em julho de 2021, foi um salto em termos de comodidade e com a mais-valia de uma esplanada onde uma oliveira pluricentenária é figura de destaque.
Naquela casa, agora com uma sala que funciona tipo garrafeira onde o cliente escolhe o vinho que leva para a mesa, simplicidade rima com muita qualidade, desde as entradas – espargos com farinheira e ovos mexidos; feijão-frade com enchidos; cachola; queijinhos e paio – aos pratos de maior resistência.
A sopa de beldroegas ou uma sopa de cação podem dar continuidade à função, mas a escolha torna-se difícil: a feijoada de pato ganhou fama e tornou-se prato quase obrigatório. A galinha tostada com migas de batata pode ser opção.
Mas, há mais para dificultar a escolha: tomatada de pombo bravo; rabo de boi guisado; pezinhos de coentrada; arroz malandrinho de coelho bravo ou picadinho de porco alentejano. A lista pode ainda incluir bochechas de vitela; pombo de tomatada com migas de grelos ou, na época, perdiz estufada e arroz de lebre.
À sobremesa, a encharcada é de eleição, mas é de sublinhar, igualmente, o saboroso pudim de azeite e mel.
Boa garrafeira, com excelentes propostas da região nesta Taberna de Vaiamonte, com bons Tintos e excelentes Petiscos confecionados com sabedoria.