Texto António Catarino
A planura do Campo Branco, território de eleição para as abetardas, corpulenta ave que por ali pode ser observada, mantém, em qualquer época do ano, o fascínio que só as grandes extensões proporcionam. O olhar perde-se na imensidão do horizonte e apetece fazer uma pausa no trajeto entre Beja e Castro Verde através do IP2.
A paragem na povoação de Entradas, à margem da rodovia, justifica-se para visitar o Museu da Ruralidade: é um bom motivo para viajar no tempo e ficar a conhecer melhor as tradições e o legado preservado através do Núcleo da Oralidade.
O espaço é um hino à ruralidade alentejana, marcada através dos tempos pela culinária de tanto sabor, acentuada pela esplendorosa riqueza aromática dos coentros, poejos ou orégãos. O restaurante A Cavalariça, discreta casa alentejana de piso térreo, é um espaço bem aproveitado, simples e acolhedor, que ganhou notoriedade ao longo dos anos com a cozida tradicional do Alentejo.
Pão, azeitonas e um queijinho de cabra assumem-se como introito saboroso. A lista é variada e, acima de tudo, extensa, e nela ganharam estatuto a apreciada sopa de cação, bem como a açorda de perdiz ou coelho bravo frito, pratos elevados ao estatuto de especialidades da casa.
Mais calórico e suculento, o tradicional cozido de grão, senhor de outro grau de consistência e mais aconselhável no tempo frio. Na ementa, também podem a feijoada de porco preto; burras assadas no forno ou javali estugado, bem como uma das propostas mais saborosas, graças a uma boa matéria-prima e à culinária, que respeita os preceitos da tradição: as migas de espargos com carne de porco.
Nas sobremesas, para terminar refeição sem pressas para terminar refeição sem pressas, nada melhor que escolher um dos expoentes da doçaria alentejana: encharcada.
No capítulo de vinhos, a carta, com oferta diversificada, contempla maior número de referências da região de A Cavalariça, em pleno Campo Branco.