Diário do Alentejo

Á Mesa: Tarro bem recheado em Odemira

14 de março 2022 - 15:45

Texto António Catarino

 

A vila de Odemira é sede do maior município português em extensão territorial, com uma frente marítima que se estende por 55 quilómetros de costa atlântica.

Ao longo de uma dúzia de quilómetros, situam-se algumas das mais famosas praias do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina: Zambujeira do Mar, Almograve e Vila Nova de Milfontes, na foz do Mira.

 

Este curso de água alentejano, que corre de sul para norte, está na base do topónimo Odemira: mira, em pré-céltico significava água e wad, vocábulo árabe, sinónimo de rio.

Na vila, junto ao rio, há praticamente meio século que o restaurante O Tarro, sempre na posse da mesma família, é autêntica instituição local.

 

Remodelado e ampliado, está bem situado: à beira-rio e numa das entradas da vila. A esplanada é uma mais-valia deste restaurante que tem como lema a cozinha tradicional. Confortável e amplo, nele se acomoda meia centena de comensais.

 

Para começar, empadas de galinha; cacholeira assada com abacaxi; tiborna alentejana ou morcela de Estremoz assada com laranja vão preparando o palato para o que vem a seguir, após consulta a uma ementa baseada em pratos de carne, de algum modo, o ponto forte da casa. Todavia, a sopa de peixe é altamente recomendável pela apurada confeção.

 

Com o Atlântico ali tão perto, o peixe fresco também marca presença. Linguado grelhado com molho de amêndoa, cataplana de tamboril e polvo à alentejana, uma das especialidades da casa, são boas sugestões, caso a preferência não incida nas sugestões cárnicas.

 

Entre estas, destaque para o cabrito assado no forno à Maria Carola, acolitado com arroz de miudezas e para o naco de novilho na pedra. Carne do alguidar; burras na grelha; coelho frito em carqueja e entrecosto à ganhão ou frito com migas espargos são outras opções.

O borrego à Tarro – ou ensopado -- enfatizam a presença da carne de ovino na mesa alentejana.

 

Na doçaria, sobressaem dois pudins: de mel e alentejano. Garrafeira razoável e serviço simpático neste restaurante clássico do sudoeste alentejano: O Tarro, em Odemira.

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