Texto António Catarino
O litoral alentejano, onde a sucessão de praias de água com tonalidade ora azul, ora esverdeada, é convite à evasão e a uns bons mergulhos no mar em dias quentes, proporciona aliciantes passeios em qualquer época do ano através de espaços quase desertos. É tempo de fuga para um território de extensas praias bordejadas de pinhais e sobreiros, refrescante mancha verde nas horas em que o calor aperta.
Nos arredores de Melides e nas imediações do estabelecimento prisional de Pinheiro da Cruz, mais concretamente em Fontainhas do Mar, o restaurante Tia Rosa é, desde 1978, paragem quase obrigatória, tal a fama granjeada por uma especialidade da casa.
Em tempos, já lá vão quase seis décadas, o espaço, que se estende por várias salas era uma taberna onde os petiscos de coelho e as enguias cozinhadas pela “tia” Rosa, mãe do atual proprietário, eram o prato forte da casa.
O restaurante tornou-se um clássico da região e ganhou notoriedade com o muito apreciado pato assado no forno com batata, cebola e laranja, acompanhado por arroz de miúdos, tipo cabidela. Uma iguaria com grande sabor – o segredo está na receita – e que tem clientela fiel, gente famosa, para além dos muitos passantes que ali fazem pausa retemperadora e aproveitam para apreciar um prato que até parece único, tão requisitado é no dia-a-dia.
Mas há outras possibilidades de escolha: a começar, pela canja de galinha do campo. Como bom restaurante alentejano que é, na ementa surge o borrego assado ou à pastora e as muito apreciadas enguias. O bacalhau assado no forno é outra alternativa de valor seguro à proposta dominante.
Boa carta de vinhos, com referências de qualidade.
Sobremesas tradicionais complementam refeição credora de boa nota, na hora do adeus à Tia Rosa, que continua a tratar bem quem por lá passa.