Os solos europeus estão a degradar-se todos os dias, por causa de práticas incorretas. E essa degradação coloca em causa a produção de alimentos e o nosso futuro, afiança a geógrafa Teresa Pinto-Correia. Esta e outras histórias no podcast Ciência com Impacto
Teresa Pinto-Correia é vice-presidente de um Conselho de Missão Europeu sobre a Saúde dos Solos e dos Alimentos. A estratégia deste grupo de trabalho, entregue já este ano à Comissão Europeia, defende uma mudança profunda no uso da terra e dos sistemas alimentares na Europa. Como forma de asseguramos o nosso futuro coletivo.
É sua convicção que a ciência europeia tem de se aproximar da comunidade, para melhor enfrentar os desafios das alterações climáticas e para assegurar uma economia e um desenvolvimento sustentáveis. Nesse sentido, por exemplo, é urgente travar o uso de solos férteis nas expansões urbanas. Mas o mais grave é, certamente, parar com a degradação dos solos através da contaminação industrial e do uso de más práticas agrícolas. No fundo, acredita Teresa Pinto-Correia, o que precisa de mudar não é o solo, mas as pessoas que gerem o solo – juntando as ciências sociais com as naturais.
Esta investigadora portuguesa, diretora do MED - Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, é uma defensora da manutenção e da revitalização dos sistemas silvo-pastoris nos habitats mediterrânicos. Mas, para isso, são necessários laboratórios vivos: parcelas agrícolas experimentais e de longa duração. E, claro, olhar para a paisagem e para a gestão sustentável dos montados com a certeza que o futuro da agricultura no sul da Europa passará pela revitalização e valorização destes ecossistemas.
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