Diário do Alentejo

Clube de Natação de Beja privilegia os melhores valores da competição

15 de novembro 2019 - 10:30

O Clube de Natação de Beja, emblema que completou 20 anos na última primavera, é, atualmente, o único clube do distrito de Beja certificado pela Federação Portuguesa de Natação com o “Grau ouro”.

 

 

Texto e foto Firmino Paixão

 

 

O clube mantém cerca de 300 atletas em atividade, com o enquadramento de uma dúzia de técnicos. E mantém-se filiado na Associação de Natação do Algarve. Pedro Maximino, coordenador técnico e treinador do clube, justificou que estar federado no Algarve “oferece maior competitividade aos seus nadadores, é mais económico, existe muito mais oferta e as piscinas são melhores”. “Foi uma decisão tomada há alguns anos, uma opção bastante lógica e bastante positiva”, revelou.

 

Como está o Clube de Natação de Beja? Forte e dinâmico? O Clube de Natação de Beja está forte. Temos vindo a aumentar paulatinamente o número de praticantes. No último verão até tivemos mais praticantes do que é costume. No que toca aos grupos de competição, também estão a aumentar. Temos tido resultados desportivos interessantes e as coisas têm progredido. Estamos agora com uma estrutura mais forte.

 

O clube está perfeitamente consolidado e com absoluta tranquilidade? O nosso principal objetivo, enquanto clube, é fazermos as coisas com serenidade. Temos um projeto pedagógico consolidado, que vamos melhorando progressivamente, com muita tranquilidade. As pessoas que gravitam à volta do clube, a direção, os professores, estão connosco há muitos anos e permitem que as coisas sejam feitas sempre com o objetivo de melhorarmos a prática para os nossos praticantes e para as pessoas de Beja, sobretudo.

 

Mais e melhores atletas, mais e melhores resultados? Nos últimos quatro a cinco anos temos melhorado os resultados. O que aconteceu é que tivemos mais participações em campeonatos nacionais e esse é o nosso principal objetivo na área com-petitiva, é colocarmos o maior número de atletas em campeonato nacionais. No que toca à escola de natação, todos os anos temos conseguido subir um degrau na certificação da Federação Portuguesa de Natação, primeiro fomos nível 1 e nível 2, agora já somos nível 3, é sinal de que a nossa escola também tem muita qualidade.

 

Não é fácil a gestão do espaço, numa só piscina, com tão elevado número de atletas... Felizmente, nós só gerimos mesmo o clube, não gerimos a piscina, mas, sim, acho que o concelho de Beja merecia já uma piscina coberta com outras características e outras dimensões. Seria uma coisa que, face ao trabalho que nós realizamos, já justificava uma piscina um bocadinho melhor, com outras infraestruturas.

 

O clube tem vários escalões e até uma nomenclatura curiosa, entre “conchinhas e tubarões”… Sim, as nossas etapas são essas, as “conchinhas” que são os mais novos, depois temos as “estrelas-do-mar”, os “cavalos-marinhos”, as “focas”, os “tubarões” e depois os “carapaus de corrida”, o topo da nossa pirâmide, que são os nadadores de competição.

 

Os resultados têm sido satisfatórios? Face às condições de trabalho que possuímos, acho que temos tido uma progressão normal. Não tem sido nada de espetacular mas, face àquilo que é a realidade do interior do País, temos estado a consolidar os nossos resultados e, sim, temos alguns atletas no top 10 nacional e isso é muito bom. Não vou particularizar, porque gosto muito do clube como um todo, os nadadores estão todos a realizar um grande trabalho e depois haverão de se destacar por eles próprios.

 

Têm vindo a utilizar dois lemas: “A natação somos nós” e “Competir a sorrir”. Quer explicar o significado destas expressões? “A natação somos nós” foi um lema que apareceu há uns anos. Já não faz muito sentido falarmos dele. Utilizamo-lo cada vez menos, mas o “Competir a sorrir”, esse, sim, é o nosso lema, de há dois anos para cá. Tem a ver com uma particularidade que a nossa sociedade tem neste momento. As pessoas demonizam a competição como se fosse uma coisa má, mas nós temos outro paradigma. Gostamos da competição, da superação individual, respeitando os valores mais elevados que o desporto tem: o respeito pelo adversário, o respeito pelas regras, as atitudes e os valores sempre bem enraizados, por isso, o mais importante é “competir a sorrir”.

 

A escola de natação é a única no distrito certificada com “Grau ouro”? Foi a grande novidade desta época. Submetemos a nossa estrutura à certificação da federação, e eles, neste ano, subiram- -nos mais um patamar. Só nos falta a “Excelência”, grau que só está atribuído a seis escolas no País. Mas vamos tentar.

 

Que requisitos são necessários para atingir essa distinção? Os mais importantes diria que têm a ver com a qualidade das práticas pedagógicas, ter um caderno pedagógico com propostas interessantes. Tem a ver também com a monitorização que a escola faz na parte da qualidade do seu serviço e, depois, o último patamar, aquele que atingimos neste ano, tem a ver com a harmonização das escolas com a competição, fazendo essa passagem com a melhor qualidade possível. Por enquanto somos o único clube do distrito com essa certificação, mas acho que há outros clubes a tentá-la e isso é que importa, que a natação evolua como um todo. Nós não queremos ser os únicos, fomos os primeiros, mas isso é só um indicativo, os outros com certeza que virão atrás.

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