Texto e Foto Firmino Paixão
Quatro vezes campeão europeu de corta-mato (Alnwick, no Reino Unido, em 1994 e 1995, Velenje, na Eslovénia, em 1999, e Malmo, Suécia, em 2000), medalha de bronze no mundial de corta-mato, em Belfast, Irlanda do Norte, em 1999, Paulo Guerra, nascido em Barrancos há 48 anos, é hoje um dos “embaixadores” do Plano Nacional de Ética no Desporto, do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e técnico do Programa Nacional de Marcha e Corrida.
O atletismo corre-lhe nas veias, tal e qual o sangue que é vital para a vida humana. “Sem dúvida”, confessou Paulo Guerra. “Já lá vão 35 anos que abracei o atletismo, sempre com uma grande paixão e, felizmente, esta pós-carreira também me tem proporcionado uma forte ligação à modalidade, de uma maneira um pouco diferente, como é evidente, mas sempre com uma ligação muito intensa ao atletismo e agora, sim, numa vertente mais de pôr a população de Lisboa e arredores a ganhar hábitos de vida saudável, assentes na corrida”.
Sabendo que são cada vez mais as pessoas que optam pela prática desportiva, Paulo Guerra garante: “É um fenómeno que veio para ficar, não é nada momentâneo, cada vez há mais pessoas optando por esta modalidade que é transversal, não tem idades nem géneros, nem exige grande condição física, qualquer pessoa pode fazer uma caminhada e já está a fazer atividade física”.
Com uma agenda cheia de solicitações para apadrinhar corridas por todo o País, sinal da sua notoriedade, o antigo atleta faz questão de deixar um agradecimento público aos organizadores e recorda: “Os pontos de referência são sempre importantes. Quando me iniciei na atividade desportiva, sempre que estava perto do Carlos Lopes e do Fernando Mamede ganhava uma energia e uma motivação extra”.
Na verdade, quando ainda jovem começou a correr, em nenhum momento imaginou que seria possível chegar ao nível a que chegou. “Claro que não. Mas eu nunca dei um passo maior do que podia dar, nem nunca pensei em sonhos que não eram realizáveis, isso esteve sempre patente no meu comportamento ao longo da vida. Eu tive sempre um sonho, é evidente que o sonho comanda a vida e simboliza aquele objetivo que está no horizonte. Temos uma meta que nos faz levantar todos os dias e trabalharmos para lá chegar, faz com que pensemos – eu tenho de treinar, eu tenho de cumprir o meu plano diário, para conseguir atingir esse objetivo, esse sonho”.