Texto Firmino Paixão
Uma autoavaliação do jovem Filipe Teixeira, de 14 anos, nascido em Beja, atleta do Despertar Sporting Clube, emblema onde aos cinco anos iniciou o seu percurso de formação e que, na próxima época desportiva, representará o Futebol Clube do Porto.
Frequenta o oitavo ano da Escola D. Manuel I, na sua cidade, e garante que, apesar dos novos compromissos desportivos, o percurso académico vai prosseguir: “Terei de me habilitar com um curso, porque a carreira no futebol não dura sempre e existe mais vida para além do percurso desportivo. Uma carreira no futebol pode ser bem-sucedida ou não. Correm-se sempre riscos. Já pensei nisso muitas vezes, mas tenho a convicção de que, comigo, tudo vai correr bem. Não tenho pensamentos negativos, sou otimista por natureza”.
O jeito para o futebol, assegurou, foi uma coisa que nasceu consigo. “O meu avô foi jogador [Francisco Corujo, antigo guarda-redes do Desportivo de Beja], o meu pai e o meu tio também”.
“Filho de peixe sabe nadar”, diz o provérbio, neto de peixe ainda nadará melhor, dizemos nós, e Filipe acrescentou: “Sei que o meu avô sempre foi um bom guarda-redes. Não o vi jogar, mas tenho ouvido muitas referências e sei que teve uma carreira desportiva de muito bom nível”.
O natural seria ver Filipe também entre os postes de uma baliza, mas o jovem médio-centro recordou: “O que eu queria realmente era jogar à baliza, mas o meu avô não me deixou, desaconselhou-me de o fazer, argumentando que era uma posição ingrata e que não seria tão bem-sucedido na baliza, como tenho sido enquanto jogador de campo. Nunca me deixou jogar a guarda-redes, algo que eu compreendi e acabei por aceitar com naturalidade”.
Já o vínculo ao Despertar, seu clube de sempre, diz: “Creio que foi uma opção dos meus pais. Tem sido um percurso em que tenho encontrado muitos amigos e cimentado essas amizades. O Despertar foi sempre um clube onde me senti muito bem. Um clube onde fui feliz”.
Não tivesse ele conquistado vários títulos regionais e taças em todos os escalões em que jogou, sob a tutela de vários treinadores, todos eles importantes na sua formação como atleta, no entanto, diz que “o apoio da família também tem sido fundamental em todos os aspetos e até na questão emocional”.