Diário do Alentejo

Núcleo do Sporting Clube de Portugal em Moura mantém uma aposta forte no futsal

23 de novembro 2025 - 08:00
Oitenta miúdos na formação
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

O Núcleo do Sporting Clube de Portugal em Moura é um dos cinco clubes do distrito de Beja que disputam o Campeonato Interdistrital de Futsal, em seniores masculinos, organizado pela Associação de Futebol de Évora. A prova está a ser disputada por equipas, em duas séries.

 

Texto Firmino Paixão

 

O campeonato dobrou, no último fim de semana, a quinta jornada, com a equipa de Moura a consentir um empate caseiro, a duas bolas, frente ao Núcleo do Sporting Clube de Portugal em Portel. O emblema mourense mantém-se no quarto lugar da série A, uma posição que corresponde aos objetivos do grupo, pois garantirá o acesso à segunda fase. Nuno Gaspar deixou ao “Diário do Alentejo” um balanço deste percurso inicial da sua equipa, em que ganhou dois jogos, perdeu outros dois e empatou um: “Nós sabíamos que neste ano iríamos passar por uma fase de alguma transição, porque temos alguns jogadores que entraram de novo, outros que estavam connosco há algum tempo e saíram. Por outro lado, entrámos no campeonato, curiosamente, a jogar com as duas equipas que estão na frente, o Internacional e o Juventude. Sabíamos que eram adversários muito difíceis, mas acho que temos vindo a crescer e vamos continuar a fazê-lo. A nossa equipa tem esse compromisso, portanto, podem contar com o núcleo de Moura até ao final, porque nós, certamente, iremos fazer tudo para concluirmos esta fase nos quatro primeiros lugares, para termos acesso à fase do play-off, que é o nosso principal objetivo neste momento da competição”. O plantel tem alguma juventude, algo que pode justificar uma diminuição da intensidade relativamente à época anterior, uma ideia que o treinador justificou dizendo: “Penso que essa diferença irá diminuindo progressivamente. Esta semana foi exigente e alguns jogadores acusaram um bocadinho o cansaço, porque tivemos um jogo da Taça de Portugal no sábado, jogámos na quarta-feira com o Aldenovense e hoje, 48 boras depois, recebemos o Portel”. Nuno Gaspar fez notar, ainda: “Como sabemos, os jogadores não são profissionais, não descansam, nem recuperam como deveriam recuperar e, hoje, senti um bocadinho a equipa nessa fase. Estando bem, a nossa equipa é muito forte, muito capaz e muito competitiva”. Porém, discordou da diferença de potencial entre as duas épocas: “Não consigo ver as coisas dessa forma. Não concordo que esta equipa seja mais fraca, penso é que estamos numa fase diferente, os que saíram também passaram por esta fase e nós temos aqui jogadores que estão, hoje, a um nível completamente diferente do que estavam há dois meses. E vão continuar a crescer, porque é isso que estamos a tentar que aconteça, a dar oportunidade a esses atletas de conhecerem melhor a modalidade, de serem melhores jogadores de futsal, para que eles também possam contribuir para que o futsal neste distrito continue a crescer”. O campeonato ainda está a meio, razão para o treinador manter a confiança: “Tenho de estar confiante, disse à direção e aos jogadores que este era o ano ideal para eu deixar esta equipa, mas não consegui. Acho que me compete manter o núcleo neste lugar onde tem estado nos últimos anos, continuar a ser uma equipa forte que tem marcado o futsal aqui ao nível do distrito, uma das mais antigas e das que conquistou mais troféus ao nível distrital. Queremos continuar nessa onda, sabendo que o trabalho precisa de tempo e, às vezes, não o temos. Lutamos contra o tempo e contra outras coisas, mas sabemos bem qual é o nosso caminho e é nesse sentido que continuaremos a trabalhar”. Ganhando ao Portel teriam subido ao terceiro lugar, vencendo o próximo jogo, com o Internacional, de Évora, subiriam mais um degrau. Mas Nuno Gaspar não faz essas contas. “Se olharmos para o grupo em que ficámos inseridos, entre as seis equipas, cinco delas estiveram nos últimos anos nos primeiros lugares deste campeonato. Sabíamos que o grupo seria muito difícil e assumimos como principal objetivo terminar esta fase nos quatro primeiros e aceder ao play-off. Se o conseguirmos, a partir desse momento jogaremos com o objetivo de chegar o mais longe possível. E quem sabe… Serão jogos a eliminar, jogos com características diferentes e nós continuaremos nessa luta, porque conhecemos o Juventude de Évora e o Internacional, são equipas muito fortes. Já jogámos com eles, voltaremos a jogar, portanto, veremos como será a segunda volta do campeonato”. Outro dos compromissos da equipa foi a participação na Taça de Portugal, de cuja primeira eliminatória ficaram isentos, acabando, depois, eliminados no recinto do Grupo Desportivo da Escola Básica D. João I, na Baixa da Banheira. A representação leonina ficou agora focada apenas em conseguir uma posição entre os quatro primeiros da sua série e seguir para os play-off finais, de uma prova que conta com sete equipas do distrito de Évora e cinco do distrito de Beja. Como sair desta prolongada desvantagem em relação a outros distritos é uma questão para a qual Nuno Gaspar tem soluções. “Há muita coisa para fazer e a Associação de Futebol de Beja terá aqui um papel fundamental. Penso que não tem feito aquilo que pode fazer em prol desta modalidade. Na minha opinião, e já o disse várias vezes à associação, acho que é importante aumentar o número de equipas de formação. Nós iniciámos esse processo há quatro anos e temos já 80 miúdos a jogar futsal. É importante, também, apostar em cursos de treinadores. Recuperar equipas que já andaram neste campeonato e que perderam a confiança naquilo que se fazia. É preciso desenvolver uma série de estratégias que eu acho que estão identificadas. A questão dos pavilhões é uma falsa questão, porque nós, em Moura, só temos um para cinco modalidades”, concluiu.

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