O Centro Cultural e Desportivo de Trindade foi ao Penedo Gordo vencer a equipa local por 1-4, em jogo relativo à sétima jornada, série B, do Campeonato Distrital da 2.ª Divisão da Associação de Futebol de Beja.
Texto e Fotos | Firmino Paixão
O Campo Carolina Almodôvar Fernandes, em Penedo Gordo, acolheu, no último fim de semana, mais um jogo do Campeonato Distrital da 2.ª Divisão, patamar para o qual a Associação Cultural e Desportiva de Penedo Gordo foi relegada, na última temporada, por não ter conseguido evitar o último lugar na tabela do campeonato principal. Sem a moldura humana de tempos mais recentes, sem o entusiasmo contagiante da bancada de apoiantes e sem os talentos que mantinham aquele emblema entre o restrito lote dos clubes melhor apetrechados, o ambiente é manifestamente diferente. O clube parece destinado a começar tudo de novo. Terá de se reencontrar com o passado, para projetar e consolidar o seu futuro. O caminho inevitável será reinventar-se. No meio campo contrário apresentou-se um emblema que, há duas épocas, competia nos campeonatos do Inatel e que na última temporada se estreou nas competições federadas, dando muito boa conta de si. Neste ano tem objetivos bem definidos. Respira saúde física e mostra capacidade de perseguir conquistas. O Trindade marcou dois golos na primeira parte, dois na segunda, período em que a turma local amenizou a derrota com um tento solitário. Quando o juiz, João Lopes, deu por terminada a contenda, o resultado de 1-4 era incontestável. Uma opinião corroborada por Manuel Sousa, técnico do Trindade. “Ganhando com vantagem de três golos não restam grandes dúvidas. Jogámos bem, embora não tenhamos ainda mostrado aquilo que eu pretendo da equipa. Temos pouca gente a treinar, vamos tentar melhorar, contudo, fomos a melhor equipa, criámos oportunidades e podíamos ter marcado mais golos, mas o adversário deu-nos uma boa réplica”. Quanto às metas a atingir, admitiu: “O objetivo é conseguirmos a melhor classificação, sem estarmos obcecados pela passagem à segunda fase. Mas eu tenho como meta ganhar a Taça de Honra. Se passarmos à segunda fase, melhor ainda, não o conseguindo, ficamos focados em vencer a Taça de Honra. É a mensagem que tenho passado aos meus jogadores. Repare que estamos com alguns jogadores lesionados, não viemos aqui na máxima força, estão seis jogadores fora da equipa, contudo, aqueles que estiveram no banco entraram e cumpriram plenamente o que lhes foi pedido”. Tem o plantel possível, garantiu o treinador do Trindade. “Sim, mas tenho bons jogadores, atletas que dão tudo pela equipa, alguns já andaram pela primeira divisão distrital, só é pena termos poucos treinos. Mas isso não nos impede de estarmos na luta e tentarmos vencer todos os jogos. Não jogamos para empatar, sempre para ganhar”. A Taça Distrito, outra competição em que estão envolvidos, é para chegar o mais adiante possível, revelou. “Chegarmos o mais longe possível e, eventualmente, jogar em casa com uma das grandes equipas do primeiro escalão. As receitas são poucas e isso sempre ajudaria o clube”. O sonho, esse, é a implantação de um piso sintético no seu recinto de jogos: “Esse é o grande sonho. A direção do clube e o novo executivo da união de freguesias irão trabalhar nesse sentido, para ver se o conseguimos ter na próxima época. Não foi ainda possível, porque o campo de jogos não estava em nome do clube, mas isso está a ser tratado”. Na cabine dos vencidos, o sentimento era o oposto. Uma tarde pouco inspirada? “Pode ter sido um pouco de falta de inspiração, mas se esse fosse o único problema estávamos bem, porque isso seria coisa passageira” afirmou Rui Reis, treinador da equipa local. E garantiu: “Terá de existir aqui um crescimento de nós todos, do clube, do treinador, dos dirigentes, dos jogadores. Se não remarmos todos para o mesmo lado as coisas serão mais difíceis”. O técnico admitiu: “Recebemos aqui uma grande equipa, um grupo muito bem trabalhado, que levou daqui uma vitória justíssima. Não ficaram dúvidas sobre isso. Quero deixar também uma palavrinha à equipa de arbitragem, que soube estar no jogo e está de parabéns”. Instado a revelar as fragilidades que identifica, Rui Reis comentou: “O clube sofreu uma grande reestruturação da época anterior para esta e continuamos a sentir esses efeitos e, por isso, todos temos de crescer mais. Se não trabalharmos todos em conjunto teremos dificuldade em formar um grupo. Sempre me ensinaram que um grupo unido vale 10 pontos e nós não o temos. E se não conseguirmos ter essa união, os resultados também não poderão aparecer. Tive treinadores que me diziam que uma coisa é vir ao treino, outra é vir treinar, e isso diz muito do que se passa aqui. Os resultados são curtos, a exigência tem de ser uma palavra que predomine neste grupo, se assim não for, as coisas serão sempre mais difíceis”. Face à atual realidade do clube, os objetivos passam por assegurar um lugar na futura divisão de honra.