O Beja Basket Clube disputa, com a sua equipa sub/18, os campeonatos regionais do Alentejo e do Algarve. São duas competições de exigência relativa, uma em curso, a outra a iniciar em breve, que visam o título de campeão regional do Alentejo, que lhe garantirá a presença no nacional.
Texto e Foto | Firmino Paixão
Os três primeiros jogos que o Beja Basket Clube disputou no Campeonato Regional Sub/18 da Associação de Basquetebol do Algarve foram ganhos com resultados robustos. O objetivo, garantiu Pedro Severino, treinador da equipa e coordenador técnico do clube, é dar mais competição à equipa para chegar mais forte e mais rodada ao Campeonato Regional do Alentejo, que hoje iniciam, com uma deslocação ao pavilhão do Grupo Desportivo André de Resende. “Estamos a disputar o regional do Algarve apenas com o intuito de competir, pois temos o nosso regional do Alentejo, e, esse, sim, é que nos pode qualificar para o campeonato nacional. No Algarve faremos alguns jogos, e, dessa maneira, daremos mais competição aos nossos atletas, no sentido de eles ganharem mais ritmo competitivo”. Com o foco bem definido, o treinador clarificou: “Os resultados aqui não são muito relevantes, embora joguemos sempre para vencer. Claro que ninguém joga para perder mas, como referi, a ideia passa apenas por competir e rodar jogadores. O que nos interessa, particularmente, serão os bons resultados no regional do Alentejo contra os Salesianos de Évora e contra o André de Resende. Esse é que será o nosso campeonato sub/18. Mas como a prova alentejana tem tão poucas equipas procurámos competir mais a sul para ganharmos ritmo”. Na verdade o campeonato do Alentejo tem apenas três equipas – o Beja Basket Clube, os Salesianos e a André de Resende, ambas de Évora – e, necessariamente, terá poucos jogos. Pedro Severino adiantou: “Nesta sexta-feira jogaremos em Évora, frente à equipa André de Resende. E aqui, sim, queremos ter uma prestação que nos permita trazer as finais para Beja e, depois, apurarmo-nos para disputar o campeonato nacional e conseguirmos uma vaga na taça, que são as competições que temos disputado com esta geração de atletas”. O grupo é competitivo e capaz de assegurar os objetivos admitiu o treinador. “Temos um grupo muito competitivo. São jogadores que vêm da nossa base de formação, que se inicia no minibasquete e vai progredindo nos escalões. Há sempre miúdos que saem, como em todas as modalidades, porque não conseguem cumprir o compromisso de treinarem quatro e cinco vezes por semana, mas depois vão chegando outros que se fazem bons atletas devido à sua dedicação à modalidade”. Se dúvidas houvesse, a prova é que, nos três jogos disputados frente a equipas algarvias, já marcaram 281 pontos. Uma marca que Pedro Severino não valoriza muito, justificando: “Estamos enquadrados numa poule com equipas, supostamente, com um nível inferior às que estão no grupo A. Defrontámos o Ginásio B que tem alguns bons atletas, jogámos com o Ferragudo, que é uma equipa que também se está a organizar, tal como a dos Armacenenses, com pouca experiência, e o próximo jogo será com o Portimonense B que, naturalmente, não terá um nível idêntico ao da equipa principal. Jogaremos com eles, em princípio, no dia 8 de novembro e temos a expectativa de que será possível obtermos mais uma vitória”. O Beja Basket Clube tem conseguido algo que outros clubes, de outras modalidades, não conseguem, que é construir equipas femininas e masculinas em todos os escalões de formação. Uma questão que o treinador justificou, dizendo: “Os nossos miúdos de sub/18 são jovens que ainda frequentam o 11.º e o 12.º ano, a questão da saída para as universidades afeta-nos mais a equipa sénior de primeiro ano. Aliás, não conseguimos ter uma equipa sénior mais numerosa por esse motivo, porque quando chegam a essa idade vão estudar para fora. Mas na formação temos todos os escalões, desde os três ou quatro anos até aos 18, seja em masculinos, como em femininos. Começámos a época há um mês e já atingimos o número de mais de 135 atletas. A meta da época passada foi de 150, vamos ver se a conseguiremos ultrapassar”. Um número tão elevado numa modalidade de pavilhão é algo notável. Será fruto de um trabalho intenso ou da atratividade do basquetebol? Severino deu a receita: “O basquetebol é realmente uma modalidade atrativa. Há 20 anos que estou ligado a ela. Mas desde que eu e o professor Diogo Fragoso estamos a trabalhar a tempo inteiro no clube temos ido às escolas, conseguimos que muitos alunos dos agrupamentos da cidade de Beja tenham aulas de basquetebol semanalmente e isso tem sempre como consequência que alguns deles se sintam atraídos para a modalidade”. Porém, em conversas anteriores com este, ainda jovem, treinador, que há duas décadas se dedica à modalidade, diz-nos sempre que a chave do sucesso é o trabalho, a dedicação e o compromisso. É isso, Pedro? “Sim, é o trabalho e a paixão dos treinadores em desenvolver nos miúdos o gosto pelo basquetebol. Todos os treinadores que trabalham nos escalões mais adiantados também estão a trabalhar com o minibasquete e vão às escolas. O clube tem condições para ter duas pessoas a tempo inteiro. Em vez de pagarmos a um ou dois ‘americanos’ e termos uma equipa altamente competitiva, não… temos uma equipa comprometida em dar futuro à modalidade na cidade de Beja”, concluiu.